O ex-presidente do Sporting, Godinho Lopes, revelou em comunicado que foi notificado da sua expulsão enquanto sócio do Sporting. Godinho Lopes afirma que recebeu a notificação ainda antes da final da Taça de Portugal e que nada revelou por considerar que não “deveria desviar as atenções para este tema, que já estava decidido”. Ou seja: “A minha expulsão de sócio”.

Godinho Lopes contesta toda a forma como o processo foi conduzido e diz que vai avançar para os tribunais: “Irei processar pessoalmente os que agora me expulsaram e também os que tentaram prejudicar a minha imagem, pondo em causa os seis anos (1999/2003; 2011/2013) da minha vida que dediquei a tempo inteiro com prazer e sem contrapartidas ao Clube mas com sérios prejuízos profissionais e familiares.”

O Observador tem estado a tentar contactar Godinho Lopes, mas até agora sem sucesso.

Aqui fica o comunicado de Godinho Lopes, na íntegra

«Exclusivamente com o objectivo de esclarecer os sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal em primeiro lugar e para defesa da minha honra e integridade moral em segundo lugar, decidi fazer este comunicado.

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Não pretendo, para salvaguarda do bom nome do nosso Clube, discutir na praça pública este tema e espero, nos tribunais, repor a verdade dos factos. 

Não sendo exaustivo, apresento a seguir o desfecho: 

Quando em vésperas do jogo da Taça de Portugal, que com minha satisfação ganhámos, recebi o ..”pseudoinquerito”….com a intenção de me expulsar – fiquei incrédulo.
Não reagi publicamente, pois entendi que o Sporting Clube de Portugal é sempre mais importante e, portanto, não deveria desviar as atenções para este tema, que já estava decidido: a minha expulsão de sócio.
Não reagi na semana seguinte pois a notícia relativa ao SCP era a não continuidade do treinador Marco Silva e a contratação de Jorge Jesus.
Fi-lo então na semana seguinte na certeza de que a “intenção” passaria a realidade muito brevemente. É assim que agora me notificam antes da Assembleia Geral do dia 28, para poderem apresentar esta decisão como se tivesse terminado, internamente, um dia de caçada e a conquista de um troféu e, logo, nada melhor do que a sua exibição. 

Senão vejamos:
Quando se toma posse em Março de 2013, a seguir a um mandato interrompido e resultante de umas eleições muito atribuladas e se leva 19 meses (Outubro de 2014) a apresentar o resultado de uma “auditoria de gestão” de um período de 24 meses (duração do mandato anterior referido);
Quando se abre um inquérito que leva sete meses (Outubro de 2014 a Maio de 2015) e durante esse período, tal como na “chamada auditoria de gestão” não se interroga os visados;
Quando não se anexam os documentos que fundamentam a expulsão e são dados 15 dias para responder a um inquérito de sete meses e a uma “auditoria” apresentada 19 meses depois;

É porque se quer expulsar, independente de qualquer defesa.

As razões e fundamentos apresentados são extraídos de um contexto, com omissão propositada de informação, com vista a atingir o objectivo pré-traçado.

Amanhã serão apresentados novos resultados. Os visados não conhecem os mesmos nem lhes foram feitas quaisquer perguntas. No entanto a comunicação social foi informada e as conclusões de uma “auditoria que não o foi” vão ser apresentadas amanhã em Assembleia Geral.
Ouvir falar de desvios sem conhecer nem a base nem o seu objecto é calúnia. Discutir na praça pública só serve para manchar o bom nome do Sporting Clube de Portugal.

É assim que é “gerido” hoje o nosso Sporting Clube de Portugal. Quando tudo parece tranquilo, sem oposição interna e com “sede” de ganhar no futebol, decide-se “minar” por dentro.

A decisão de fazer a defesa no tribunal resulta de:
– poder ter acesso a toda a informação que ainda esteja no Clube
– poder estar perante uma entidade imparcial em que se confia
– poder repor com o tempo necessário e indispensável a verdade dos factos

Com a certeza de que:
– nunca “usei o lugar para meu benefício”, de que
– “nunca geri com dolo”, de que
– “todas as atitudes que tomei foram para beneficiar exclusivamente o Sporting Clube de Portugal” e de que
– nenhuma “verdadeira auditoria” pode manchar o meu bom nome

Irei processar pessoalmente os que agora me expulsaram e também os que tentaram prejudicar a minha imagem, pondo em causa os seis anos (1999/2003; 2011/2013)da minha vida que dediquei a tempo inteiro com prazer e sem contrapartidas ao Clube mas com sérios prejuízos profissionais e familiares.

Aguardarei o desfecho com a mesma tranquilidade de jamais ter prejudicado o meu Clube.

Viva o Sporting Clube de Portugal.»