Tribunal, queixas, reuniões e “nãos” a serem disparados dos dois lados. Muito se viu até Marco Silva, por fim, deixar o Sporting. O que começou por ser uma rescisão por justa causa, com direito a processo disciplinar para o treinador, acabou como uma “revogação por mútuo acordo”, como os leões anunciaram no domingo, à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM). Não foi fácil, mas o homem que segurou no leme da equipa durante a última época, apurou o Observador junto de fonte próxima do processo, vai embora com uma indemnização de 500 mil euros brutos — que, líquidos, são cerca de 350 mil.
E há mais. Porque houve um finca-pé que fez crescer a barba às negociações. O Sporting sempre quis incluir no acordo uma cláusula para impedir Marco Silva de treinar o Benfica, o FC Porto e até o Braga. O problema, para o treinador, é que os leões pretendiam que essa proibição durasse mais do que o contrato que Marco tinha com o clube — ou seja, para lá de 2017. Marco Silva sempre torceu o nariz a isto.
Mas, mesmo assim, sabe o Observador, o acordo fez-se com esta cláusula, embora tenha ficado com um prazo mais curto. Nada que, por enquanto, possa afetar o treinador, já que Marco Silva vai, pelo menos nesta próxima temporada, tomar conta do Olympiacos. O campeão grego está à espera do português há várias semanas. “Está num estado para lá de ter pressa”, diz-nos quem tem acompanhado bem de perto as negociações. O clube de Atenas, aliás, até arrancou esta segunda-feira a pré-época sem qualquer treinador oficializado.
Agora que Marco Silva e Sporting seguiram por águas separadas, o técnico, e o Olympiacos, querem juntar-se o mais rápidamente possível no mesmo barco. O treinador deverá ser apresentado até quarta-feira no clube. Falta “acertar apenas alguns detalhes”, dizem-nos, para as duas partes fecharem um acordo e Marco Silva tornar-se no terceiro português a treinar a equipa vermelha e branca de Atenas — Leonardo Jardim, em 2012/2013, e Vítor Pereira, durante a segunda metade da época passada, também o fizeram.