A Inspeção-Geral de Educação e Ciência (IGEC) abriu quatro processos de inquérito, “para investigação mais aprofundada de indícios de responsabilidade disciplinar, detetados” em inspeções a escolas, suspeitas de inflacionarem as notas internas dos alunos, adiantou o Ministério da Educação. “A Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) realizou averiguações em estabelecimentos de ensino, privados e públicos, que apresentavam, de forma continuada, maior discrepância entre as classificações internas e externas, tendo por base dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC)”, adiantou o Ministério da Educação e Ciência (MEC), depois de questionado pela Lusa.

Segundo a tutela, das averiguações da IGEC resultaram emissões de recomendações para a “necessária correção dos procedimentos de avaliação dos alunos” e a “instauração de quatro processos de inquérito (em curso) para investigação mais aprofundada de indícios de responsabilidade disciplinar detetados”. Por estarem ainda a decorrer os inquéritos, o MEC não adiantou, para já, mais informações.

A IGEC realizou ainda intervenções de acompanhamento para verificar o cumprimento das recomendações emitidas, concluindo que “estavam em curso, na generalidade dos casos, iniciativas para o cumprimento das recomendações, já em 2015”.

O Conselho Nacional de Educação alertou, no seu relatório “Estado da Educação 2013”, divulgado em setembro do ano passado, para a existência de escolas que inflacionam os resultados dos alunos, gerando discrepâncias entre a classificação interna (resultante do trabalho desenvolvido pelo aluno ao longo de todo o ano) e a classificação externa (nota obtida nos exames). Na altura, o MEC considerou “natural” a existência de diferenças nas notas internas e externas mas garantiu também a intervenção da IGEC, caso fosse “participada, fundamentadamente, alguma situação concreta” de manipulação concertada de resultados escolares”.

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