Três antigos responsáveis máximos da construtora brasileira Camargo Corrêa, cujo grupo detém através de outra entidade 32,9% da portuguesa Cimpor, foram condenados esta segunda-feira por corrupção, branqueamento de capitais e outros crimes no escândalo que envolve a petrolífera brasileira Petrobras. As penas foram reduzidas e serão maioritariamente limitadas a prisão domiciliária.

Dalton dos Santos Avancini, era presidente executivo da construtora Camargo Corrêa, e Eduardo Herminio Leite, um dos administradores. Foram condenados por corrupção e participação numa organização criminosa, e por 38 crimes de branqueamento de capitais.

Estes dois responsáveis foram condenados a 16 anos e quatro meses de prisão e ainda a pagar multas de 1,3 milhões de reais (cerca de 375,6 mil euros), mas como colaboraram no caso a pena foi reduzida a apenas quatro meses de prisão efetiva, que já foram cumpridos, a que se seguirá um ano de prisão domiciliária com pulseira eletrónica e posteriormente dois a seis anos de prisão domiciliária mais eleve.

Neste cenário, estes dois responsáveis poderiam ficar livres durante a semana, mas teriam obrigatoriamente de permanecer nas suas casas durante a noite e aos fins de semana.

A pena mais pesada recaiu sobre João Ricardo Auler, que foi presidente não executivo da construtora brasileira,que foi condenado a nove anos e seis meses, mais uma multa de 627,15 mil reais (cerca de 181,2 mil euros), mas cuja primeira parte da pena a que foi condenado terá de ser obrigatoriamente cumprida numa prisão. O juiz responsável pelo caso admite melhorar os termos da sentença, dependendo da devolução os fundos obtidos ilegalmente.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Foram condenadas mais três pessoas por ajudarem os responsáveis da Camargo Corrêa no esquema ou por fazerem parte da sua organização criminosa. Entre eles estão Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff, cujo testemunho original ajudou a lançar a atual investigação, conhecida como Operação Lava Jato.

As condenações surgem no mesmo dia em que a Polícia Federal brasileira avançou formalmente para a acusação a Marcelo Odebrecht, presidente executivo da Odebrecht, pela sua participação neste escândalo.

A Odebrecht é uma das maiores construtoras brasileiras envolvidas no esquema que a justiça brasileira está a investigar, onde as empresas terão enganado a Petrobras e provocado danos de milhares de milhões de dólares através da fixação de preços, dinheiro que era posteriormente usado para subornar os responsáveis da Petrobras e políticos, assim como para contribuições para as suas campanhas eleitorais.