Tony Blair considerou que estava na altura de intervir na eleição dos trabalhistas e escreveu que a escolha do candidato mais bem posicionado até agora, Jeremy Corbyn, pode levar à aniquilação do partido. Blair diz mesmo ao partido que liderou durante vários anos, para não votarem em propostas que não resultaram no passado e foram recusadas pelos eleitores britânicos.

“Mesmo que me odeies, não atires o partido Trabalhista para precipício” é o título do artigo de opinião de Tony Blair publicado no jornal britânico The Guardian, onde o antigo primeiro-ministro diz que eleger Jeremy Corbyn não significará duras derrotas eleitorais como o partido teve em 1983 ou 2015, mas sim “a possível aniquilação”. “Jeremy Corbyn não oferece nada novo. Quem viveu nos tumultos dos anos 1980 conhece todas as linhas do seu guião. Estas são as medidas do passado que foram rejeitadas, não pelos seus princípios, mas porque a maioria dos britânicos consideraram que não funcionaram”, argumenta Blair.

Corbyn é um histórico do partido e tem prometido nas últimas semanas trazer para o Estado o setor produtivo do Reino Unido, assim como pretende eliminar as propinas e dar mais subsídios aos estudantes. A eleição no Partido Trabalhista, que decorrerá entre 14 de agosto e 10 de setembro, está a empolgar o Reino Unido, com várias novas inscrições, maioritariamente de apoio a este candidato, que é visto como um representante da ala mais à esquerda. Os restantes candidatos são Andy Burnham, Yvette Cooper e Liz Kendall. A eleição pode ir a uma segunda ronda.

“A tragédia é que já foi feito um imenso estrago por uma política de debate, que salvo exceções louváveis, que é definida pela sua irrelevância para os desafios do mundo moderno”, diz Blair.

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