Nasoin Akhter casou-se aos 15 anos com um homem de 32. Mousammat Akhi Akhter queria esperar, mas a pressão social obrigou a que se casasse aos 13 com um homem de 27. Shima Akhter tinha também 13 anos quando deu o nó com um homem de 18. Se a tristeza tivesse um rosto, seria o de uma destas três jovens da região de Manikganj, no Bangladesh, que foram forçadas a casarem-se cedo demais.

E não são as únicas. O Bangladesh é um dos países com uma das maiores taxas de casamento infantil do mundo, que destroi e coloca em risco a vida de milhares de jovens. A fotógrafa norte-americana Allison Joyce conta a história de Nasoin, Mousammat e Shima, através das imagens intensas e rostos desolados que fazem transparecer a dura realidade do casamento infantil no Bangladesh.

De acordo com um relatório da Human Rights Watch divulgado em junho, 29% das jovens no Bangladesh casam-se antes dos 15 anos, e 65% antes de completarem 18. A maioria desiste da escola, e ao engravidarem entre os 15 e os 20 anos sujeitam-se a um perigo de vida duas vezes superior ao das mulheres com idade superior a 20 anos. As meninas que engravidam com menos de 15 anos correm um perigo de vida cinco vezes maior.

Por outro lado, a diferença de idades muitas vezes abismal entre as jovens e os seus maridos, coloca-as em risco de sofrerem abusos físicos e sexuais. Ainda assim, os pais das jovens acreditam que o casamento prematuro as “protege” do assédio sexual por parte de outros homens. Economicamente, os salários das mulheres são insignificantes quando comparados com os dos homens no Bangladesh.

* Texto editado por Helena Pereira

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