O banco suíço Julius Baer encontrou 2,4 milhões de dólares (2,1 milhões de euros) no nome do presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Eduardo Cunha, e de familiares, e bloqueou a conta, informou hoje a imprensa brasileira.

Cunha é investigado pelas autoridades brasileiras após delatores de crimes na Petrobras afirmarem que Eduardo Cunha recebeu subornos em contratos da petrolífera e que o pagamento irregular havia sido depositado em contas no exterior.

O banco Julius Baer é o mesmo em que os ex-diretores da Petrobras Renato Duque e Jorge Zelada, e o ex-gerente Pedro Barusco tinham contas para depositar milhões de dólares recebidos em suborno, segundo o jornal O Estado de São Paulo.

O valor encontrado no nome de Cunha, da sua mulher e de uma filha está dividido entre ativos em dólares e francos suíços aplicados em fundos de investimento feitos por contas correntes de empresas “offshore” (baseadas em paraísos fiscais), e não foi declarada no imposto de rendimento do deputado, afirmou a imprensa brasileira.

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Cunha é investigado pelo Ministério Público da Suíça por suspeita de corrupção ativa e branqueamento de capitais, e as autoridades do país estão a colaborar com os procuradores brasileiros.

O presidente da Câmara dos Deputados, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) negou desde o início das investigações ter recebido qualquer dinheiro de forma irregular, disse não ter contas no exterior e que não deixaria o seu cargo.

Na quarta-feira, um grupo de 29 deputados de seis partidos apresentou um pedido à Corregedoria da Câmara para que Cunha seja investigado por quebra de decoro parlamentar (desvio de conduta).