Com as suspensões de Joseph Blatter e Michael Platini, líderes da FIFA e da UEFA (respetivamente), abre-se um vazio legal nas instituições. Mas os sucessores temporários já estarão definidos.

O camaronês Issa Hayatou, de 69 anos, foi oficialmente anunciado pela FIFA como presidente interino da organização, enquanto o espanhol Ángel María Villar, de 65 anos, é apontado pelo jornal espanhol ABC como o novo líder da UEFA.

Issa Hayatou: um Passado envolto em polémica

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Issa Hayatou, à esquerda, acompanhado de Joseph Blatter. O camaronês será o sucessor interino do suíço até à nova eleição do presidente da FIFA, que acontecerá no dia 26 de Fevereiro. Créditos: Twitter “Deportes RCN”

Com a suspensão de Blatter, Issa Hayatou tornou-se líder interino da FIFA, substituindo o suíço até 26 de fevereiro, altura em que está prevista a eleição de um novo presidente do organismo. Embora se pensasse que Hayatou poderia ser candidato nessa altura à presidência do organismo, o novo presidente interino da FIFA já rejeitou essa possibilidade, numa declaração citada pelo Guardian:

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Servirei apenas como presidente interino. Um novo presidente será escolhido no congresso extraordinário de 26 de fevereiro de 2016. Eu não serei candidato a essa posição.

O novo líder da FIFA nasceu na cidade de Garoua, nos Camarões, a 9 de Agosto de 1946. Issa Hayatou foi um atleta bem sucedido no país, tendo chegado a representar os Camarões em desportos como o atletismo e o basquetebol.

Aos 28 anos, Issa Hayatou tornou-se Secretário Geral da Associação de Futebol dos Camarões, e aos 41 anos viria a ser eleito presidente da Confederação de Futebol Africano. A sua relação com a FIFA começou em 1990, altura em que se tornou membro do comité executivo da FIFA. A partir daí desempenhou vários cargos no organismo, tendo chegado a concorrer contra Joseph Blatter pela presidência da FIFA, em 2002. Foi derrotado.

O passado de Hayatou, porém, levanta alguma polémica: em 2011, foi oficialmente repreendido pelo Comité Olímpico Internacional, por ter recebido 20 mil dólares (quase 18 mil euros) de uma empresa de marketing desportivo, na década de 90.

Embora Hayatou tenha argumentado que o dinheiro foi usado em programas de desenvolvimento do futebol africano, das críticas não se livrou, e chegou mesmo a ser suspenso das reuniões da FIFA. Mas o pior ainda estava para chegar.

É que, ainda em 2011, Issa Hayatou viria a ser envolvido numa polémica, depois de o jornal Sunday Times ter acusado o camaronês de receber um suborno de mais de um milhão de euros (cerca de 1.5 milhões de dólares) para apoiar a candidatura do Quatar ao Mundial 2022. Embora Hayatou tenha recusado as alegações, segundo o Independent ainda existirão investigações sobre o assunto.

Ángel María Villar: um espanhol na liderança da UEFA?

Newly re-elected UEFA president Michel Platini (C) speaks to Angel Maria Villar Llona (L) at the Ordinary UEFA Congress in Vienna, Austria on March 24, 2015. The annual congress of European football's governing body is expected to focus on elections for UEFA Presidency, UEFA Executive Committee and FIFA Executive Committee. AFP PHOTO / JOE KLAMAR (Photo credit should read JOE KLAMAR/AFP/Getty Images)

Ángel María Villar, à esquerda, conversando com Michel Platini. O espanhol será o substituto interino do francês na liderança da UEFA. Créditos: JOE KLAMAR/AFP/Getty Images

Ainda não há uma confirmação oficial que será Ángel María Villar a suceder temporariamente ao francês Michel Platini na liderança da UEFA. Mas a informação tem sido veiculada na imprensa desta quinta-feira, incluindo no jornal ABC. A notícia original partiu da agência EFE, uma agência de notícias espanhola, que citou uma fonte da UEFA.

Nascido em Bilbau a 21 de janeiro de 1950, Ángel María Villar é, desde 1992, vice-presidente da UEFA, e é igualmente vice-presidente da FIFA desde 2000.

Também Ángel María Villar foi envolvido no escândalo da candidatura do Quatar ao Mundial 2022. Segundo adianta o ABC, Villar terá sido apontado como um dos elementos que fizeram lobby a favor da candidatura, a pedido de Blatter, mas a inexistência de provas levou a que o espanhol não fosse suspenso.