Como beijar bem? A pergunta foi colocada pela Time, que foi procurar a solução no universo da ciência. Mas atrás de uma resposta vieram mais. Parece que, afinal, ainda há muito a saber sobre a arte beijoqueira. Com base no livro The Science of Kissing: What Our Lips Are Telling Us, a edição online da revista reuniu algumas dicas para que, da próxima vez que se encontrar com aquela pessoa especial, saiba o que fazer. Mas, primeiro, tem de passar no teste: seguem três perguntas para que, no final, tenha nota A a dar beijinhos.

Porque é que não devo subestimar a importância de um beijo?

A frequência com que nos beijamos está relacionada com o nível de satisfação numa relação: segundo a pesquisa indicada no livro, a quantidade de vezes que um casal se beija é proporcional ao estado de felicidade a dois. Mas é preciso que os beijos sejam bem dados, uma vez que 59% de homens e 66% de mulheres admitiram já ter terminado uma relação porque a parceira ou o parceiro beijava mal. Todo o cuidado é pouco, portanto.

Se isso não for prova suficiente da importância do beijo, fique a saber que as pessoas recordam-se mais facilmente do primeiro beijo do que da primeira relação sexual — o psicólogo John Bohannon da Universidade de Butler descobriu, considerando um estudo que envolveu 500 pessoas, que a maior parte dos indivíduos recorda quase 90% dos pormenores do primeiro beijo (o mesmo não se podendo dizer sobre a primeira experiência sexual).

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O beijo consegue ser tão, tão, significativo que tem sido um hábito comum entre as prostitutas não beijar os seus clientes. É que o beijo pressupõe, segundo as cientistas Joanna Brewis e Stephen Linstead citadas pela Time, “um desejo e amor genuínos pela outra pessoa”. Afinal, quem escreveu o enredo do filme Pretty Woman sabia o que estava a fazer — quem não se recorda da relutância de Vivian em beijar Edward no início da película?

Beijamos só por amor?

A Time escreve que o ato de beijar pode ser uma forma de alguém avaliar, num sentido biológico, se aquela pessoa é ou não um bom parceiro. Parece estranho resumir o impulso associado à paixão a uma decisão tão prática, mas parece que o beijo — e a intimidade que ele pressupõe — pode ativar mecanismos inconscientes que nos ajudam a decidir se devemos ou não continuar. E um beijo pode mesmo fornecer-nos informações sobre o potencial parceiro (compatibilidade genética incluída).

O que é um bom beijo, para ele e para ela?

Como seria de esperar, homens e mulheres têm perspetivas diferentes de como se deve beijar. Se para as mulheres o beijo é muito importante, eles encaram o ato como um passo que antecede o sexo. A Time cita também o livro The art of kissing para dar conselhos a homens e a mulheres, tendo em conta os principais erros que tanto elas como eles cometem.

Comecemos por eles. A queixa mais frequente das mulheres é o facto de os homens serem muito invasivos com a língua. Mas há outros requisitos: querem que eles estejam atentos à respiração delas, bem como à forma como beijam. Para as senhoras, as dicas são outras: abrir mais a boca, optar por beijos mais agressivos e ter mais iniciativa, pedem eles.

American actor Clark Gable (1901 - 1960) in his role as Rhett Butler kissing the hand of a tearful Scarlett O'Hara, played by Vivien Leigh in 'Gone With The Wind'. (Photo by Hulton Archive/Getty Images)

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Mas a arte de beijar não se resume apenas à técnica. Isto porque há um conjunto de factores que interferem na experiência:

  • Claro que pais e mães vão sempre dizer para não julgar um livro pela capa, mas acontece que o bom aspecto importa, pelo que o cuidado estético é recomendável; Ou seja, a saúde da sua boca e dentes é fundamental. Nem é preciso explicar porquê.
  • Criar o ambiente também tem a sua importância, até porque o facto de duas pessoas se conhecerem ajuda a quebrar o gelo e a evitar situações de embaraço. Caso precise de ajuda neste departamento, pode sempre consultar as 36 perguntas criadas pelo investigador e psicólogo Arthur Aron, um guião propício a despertar a paixão entre dois desconhecidos;
  • Para que tudo corra bem, espere pela altura certa para ir a beijos. Porque, sim, pode ser tudo (ou quase tudo) uma questão de contexto;
  • Conhecer o que o parceiro gosta e não gosta parece um conselho óbvio, mas talvez nunca seja de mais lembrar. Por isso, fique a par do que ele ou ela prefere num beijo e vá treinando.