As rotinas são contadas no El Confidencial, com base em documentos dos serviços de inteligência europeus a que a publicação espanhola teve acesso. Preparados para entrar em ação a qualquer momento, os jihadistas têm todos os momentos do dia planeados – das 4h45 às 22 horas, não há minutos deixados ao acaso. Os treinos decorrem em campos estrategicamente escondidos, para que não sejam identificados pelos aviões de combate que sobrevoam a região.
4h30
A primeira ação do dia é reservada à fé. Durante 30 minutos, os militantes do Estado Islâmico fazem a primeira oração do dia, mal acordam e se purificam (lavam).
5h30
Por volta das 5h30 passam para um aula sobre o Corão, que dura uma hora, e que serve de antecipação à preparação física.
6h30
Durante uma hora e meia, os jihadistas correm e praticam vários desportos, caracterizados pelo elevado grau de intensidade.
8h00
Às 8 horas, os “soldados” começam os treinos específicos para combate. Durante mais de duas horas, dedicam-se a manobrar e a limpar todo o tipo de armas. Montam-nas e desmontam-nas dezenas de vezes durante o dia, até que seja um ato fácil e rápido, capaz de ser executado com a mesma habilidade com que “um mago manobra as suas cartas”, exemplifica a publicação espanhola.
11h00
Por volta das 11 horas, começam os treinos com armas de fogo, do tiro ao alvo a exercícios de estratégia.
12h00
Até à oração do meio-dia, é a este tipo de treino que se dedicam, ao qual se segue um período de descanso. São mais de seis horas em que permanecem de pé, durante a manhã, em dedicação exclusiva ao treino. Além da resistência física, os militantes do Estado Islâmico também treinam a resistência mental. É com esta prática que aprendem a resistir aos interrogatórios.
15h30
Depois do período de descanso, os jihadistas voltam a concentrar-se na mente. E fazem a terceira oração do dia.
16h00
Retomam as aulas sobre o Corão até à quarta oração do dia (ao por do sol) e só depois podem continuar as atividades típicas do dia, como por exemplo, comer.
22h00
O dia só termina às 22 horas, momento em que vão para a cama para repor as energias perdidas durante o dia.
De acordo com a informação recolhida pelo El Confidencial, antes de serem enviados para a luta que pode conduzi-los à morte (e considerados mártires por isso), os supostos soldados participam numa cerimónia organizada pelo Estado Islâmico. Aqueles que dizem estar dispostos a morrer pela causa são selecionados para uma lista especial e ficam à espera de ser chamados para essa “causa nobre”.