O Presidente da República, Cavaco Silva, foi recebido com palavras e ordem, apupos e insultos por cerca de cinco dezenas de manifestantes, no Funchal, junto à Assembleia Legislativa da Madeira, última etapa da visita de dois dias à região.

“Cavaco, escuta, o povo está na luta” gritaram os manifestantes, entre assobios e palavrões, assim que o chefe de Estado chegou ao edifício, à volta do qual fora montada grande uma barreira policial, que mobilizou dezenas de agentes.

O Presidente da República, que se deslocou ao parlamento madeirense para uma receção oficial, entrou, no entanto, pelo lado oposto àquele onde se encontravam os manifestantes, convocados pela União dos Sindicatos da Madeira (USAM), entre os quais estavam alguns dirigentes regionais da CDU e do BE.

“Entrou pela outra porta. Parece que continua a ter medo e aversão aos trabalhadores”, disse ao microfone Pedro Carvalho, um dos líderes da USAM.

O dirigente sindical acusou o Presidente da República de ser “mandatário dos interesses do grande capital e da ‘troika’ estrangeira”, bem como de “fazer passar leis contra os direitos dos trabalhadores e do povo”.

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Pedro Carvalho disse, ainda, que a atuação de Cavaco Silva constitui “um exemplo assumido de confronto com a Constituição da República Portuguesa”.

O sindicalista realçou, por outro lado, algumas das reivindicações da USAM, entre as quais constam propostas já assumidas pelo Partido Socialista, no caso de vir a formar governo com o apoio da CDU e do BE, tais como aumento da salário mínimo para 600 euros, fim dos cortes salariais, aumento anual das reformas e pensões e melhoria das prestações sociais.

O Presidente da República visitou a Região Autónoma da Madeira no âmbito da 7.ª jornada do Roteiro para a Economia Dinâmica.