Como dizia Dina, “há sempre música entre nós”. Mas, às vezes, ela está onde menos se espera. Muitas pessoas que se tornaram conhecidas no jornalismo, na televisão ou no futebol fizeram em tempos parte de bandas ou cantaram a solo. Continuando a sua missão de desenterrar o passado do pop/rock português, o Observador dá-lhe a conhecer cinco caras (e cinco vozes…) que costumavam “chamar a música”.

Felícia Cabrita

Há muitos anos, a jornalista e escritora teve uma banda. Eram só mulheres e por isso decidiram chamar-se “Damas Rock”. Imaginem porquê: damas porque são mulheres e.. rock porque é o género que tocam?! Para além do nome, que é francamente mau, são das poucas bandas só de mulheres que existiram em Portugal. Nesta altura a jornalista era mais conhecida por “Fifi”, como era tratada no grupo. Foi uma carreira curta, de que ficam músicas como “Sabotagem” ou “Passarinho Passaroco”.

Ricardo Carriço

Descobrir que Carriço canta teria apanhado toda a gente de surpresa, bastava que ele não tivesse lançado um disco em 2014.  Ainda sou do tempo em que o Ricardo Carriço era, para mim, apenas um actor. A verdade é que não decidiu cantar de um dia para o outro: para além do álbum lançado no ano passado, Carriço chegou a participar com um grupo no Festival da Canção da RTP e — pasmem-se — ficaram em segundo lugar.

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https://www.youtube.com/watch?v=75ega6u9XDg

Ana Paula Reis

Se viram o vídeo dos Blocco, poderão ter reconhecido a apresentadora que, ao lado de Júlio Isidro, introduz a banda. Apesar de ser mais célebre pelo seu trabalho na apresentação, teve entre 1984 e 1985 uma pequena incursão no mundo da música. Numa carreira de apenas cinco canções, ficou muito por dizer. Acabou por desistir desta carreira promissora, bem como da sua passagem pela televisão, e emigrou. Fica esta música, um autêntico brinde aos anos 80:

https://www.youtube.com/watch?v=zU58l0mAHVY

João Loureiro

O filho do carismático político, empresário e dirigente desportivo Valentim Loureiro entrou cedo no mundo da música. Cansados de serem chamados de “Bananas”, mudaram o seu nome para Ban. Com esta alteração, optaram também por um som mais sombrio e brilharam tanto que conseguiram um lugar na história da música portuguesa. A banda durou até 1994, pouco depois Loureiro seguiu o pai e tornou-se presidente do Boavista. Mais tarde, durante toda aquela chatice que foi o “Apito Dourado”, os Ban tentaram o regresso com um disco novo, “Dansity”. Não teve sucesso e João Loureiro acabou por voltar para o clube, onde se encontra actualmente, sendo um dos responsáveis pelo regresso do Boavista à Primeira liga. Realmente, para João Loureiro a vida é um mundo de aventuras.

Manuela Moura Guedes

Desde o “Jornal Nacional” da TVI até ao “Quem quer ser milionário?” na RTP, ficou conhecida pelo seu carácter forte e por algumas polémicas em que esteve envolvida. Pouco depois de se estrear na televisão, lançou também o seu primeiro single musical. Só viria a atingir o sucesso com o disco “Álibi”, composto e produzido por membros dos GNR. “Foram cardos, foram prosas” parece uma música de um universo paralelo, mas esta canção com letra de Miguel Esteves Cardoso foi um enorme sucesso quando saiu.