A versão preliminar do acordo do clima foi aprovada este sábado, em Paris, conforme divulgou Francisco Ferreira no blogue que tem estado a alimentar durante a Conferência do Clima na capital francesa. Porém, esta versão mantém ainda muitas hipóteses em aberto, afirma o professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e membro da associação ambientalista Quercus, que integra a delegação portuguesa em Paris.

O documento é a proposta final do grupo de trabalho ad hoc da Plataforma de Durban para uma ação reforçada e resulta da semana de negociações que se iniciou na terça-feira e terminou na sexta-feira. A partir da próxima segunda-feira, o documento, com todas as opções que tem em aberto, passará a ser discutido a nível ministerial pelos quase 200 países presentes.

Como as negociações decorreram à porta fechada, sem observadores, os diferentes grupos de trabalho não estavam a conseguir acompanhar o que estava a ser feito nas outras salas. Para que todos os grupos pudessem estar a par dos avanços das negociações foi divulgada na noite de quinta-feira a versão preliminar do acordo: um novo texto da proposta preliminar do Acordo de Paris (páginas 1 a 26), a decisão sobre o acordo (páginas 27 a 45) e a ambição pré-2020 (45-50).

Francisco Ferreira acrescenta no blogue que a manhã de sexta-feira “foi marcada pela divulgação não de um, mas de dois textos da proposta de decisão do grupo de trabalho ad hoc da Plataforma de Durban para uma ação reforçada – um ainda com 46 páginas, menos 4 do que a versão de ontem, e outro, ‘de consenso’, proposto pelos co-facilitadores do grupo de trabalho, com 38 páginas”.

Os documentos têm ainda muitos parêntesis. Literalmente. Partes do texto que são intencionalmente colocadas dentro de parêntesis por serem partes onde é preciso fazer uma opção. Esperava-se que durante o fim de semana o texto fosse “limpo” para a reunião ministerial que começa segunda-feira, mas Francisco Ferreira afirmou que não é o caso.

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