“Cheguei à conclusão de que era parte do problema, fosse isso justo ou não, mais do que da solução.” Foi com estas palavras que o presidente cessante da região da Catalunha justificou aos militantes do Convergência Democrática da Catalunha a sua intenção de voltar atrás com a palavra. Antes de sábado, Mas tinha dito que não ia recuar na sua intenção de liderar o próximo governo regional daquela região, mesmo que a Candidatura de União Popular (CUP) tivesse reiterado que se opunha ao seu nome.

“Tinha de sair de uma forma digna, deixando claro que podem contar comigo para o presente, para o futuro, que estou ao vosso serviço e que ajudarei em tudo”, disse num discurso ao Conselho Nacional do CDC.

Recorde-se que o Junts Pel Sí (coligação de vários espetros políticos e a favor de um referendo na Catalunha) venceu as eleições regionais de 27 de setembro com Artur Mas na liderança. Os resultados ditaram que a coligação necessitaria dos votos da CUP (a única força independentista que restava) para conseguir que a sua solução de governo fosse aprovada em assembleia. A CUP fez várias votações, aos mais distintos níveis, e confirmou mesmo que não iria apoiar Mas no seu governo.

A Catalunha parecia estar já no caminho de novas eleições — a CUP sugeriu que o Junts Pel Sí apresentasse outro nome que não o de Mas, mas este não parecia inclinado para essa opção. “Tenho vontade de me levantar perante Madrid e as forças de cá que não nos facilitam nada”, disse em reação. Para, depois, mudar tudo, dando o seu lugar ao presidente da câmara de Girona, Carles Puigdmont, também ele do CDC. A decisão de Mas foi a contra-relógio — mais um dia e Catalunha teria sido obrigado a ir novamente a votos.

O novo presidente da Catalunha será investido na tarde de domingo.

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