Na outra eleição presidencial de 2016, também foi fim de semana de novidades: Michael Bloomberg admite ser candidato independente à Casa Branca. No sábado foi divulgado que o antigo mayor de nova Iorque estaria disposto a concorrer, de modo a evitar uma escolha entre candidatos populistas como Trump ou Cruz do lado republicano e Sanders do lado democrata.
O New York Times diz que o proto-candidato assume estar disposto a gastar até mil milhões de dólares do seu próprio bolso. Março será a data limite para a decisão de arranque de uma campanha que apostará tudo em anúncios televisivos e em discursos estruturais, mas os obstáculos para ultrapassar em campanha seriam tremendos.
A seu favor tem o trabalho feito em Nova Iorque, onde surgiu como um mayor capaz de trabalhar com os dois partidos e de resolver problemas administrativos complicados. Tem contra si o facto de ser um capitalista com fortes ligações a Wall Street, o que lhe custaria votos à esquerda; e também o facto de ser pró-aborto e a favor do controlo de armas, o que lhe cortaria apoios à direita. E é preciso ter em conta que nunca um candidato independente venceu eleições nos EUA. Mas Bloomberg, antigo republicano feito independente, acredita ser capaz de congregar apoios que cruzam as linhas partidárias tradicionais e de ser uma alternativa viável, apesar de ter já 73 anos.
A verdade é que o anúncio provocou imediatas reações dos candidatos. Trump tentou instigar Bloomberg a entrar na campanha, dizendo que seria “um prazer ter essa concorrência.” Do outro lado, Bernie Sanders diz que é “o melhor candidato para derrotar os multimilionários”, referindo-se em simultâneo a Trump e a Bloomberg. Hillary Clinton não se pronunciou, por razões óbvias: Michael Bloomberg é seu amigo pessoal e nunca será candidato caso Hillary seja a escolhida pelos democratas. O milionário já anunciou apoiar a ex-secretária de estado, tendo até contribuído financeiramente para a sua campanha.