A estação de comboios de São Bento, no Porto, vai acolher “num futuro próximo” um hotel e áreas comerciais e culturais, de acordo com o plano de dinamização da Infraestruturas de Portugal (IP), proprietária da histórica estação portuense.

A empresa pública, liderada por António Ramalho, tem vindo a promover parcerias com várias instituições e empresas, tendo em vista a ocupação comercial de uma área que totaliza cerca de 9.000 metros quadrados, localizados na baixa do Porto, que estava totalmente desaproveitada, servindo apenas de armazém para locomotivas obsoletas.

Na quarta-feira, em audição no parlamento, o responsável da IP falou do plano de “valorizar as estações de comboio”, nomeadamente a de Santa Apolónia, em Lisboa, e a de São Bento, no Porto.

“Estamos a tentar valorizar as estações”, realçou, dando ainda o exemplo da estação de São Bento, no Porto, “uma das mais bonitas do mundo”, que recebe por ano cerca de 4.000 visitantes que não andam de comboio, disse aos deputados António Ramalho.

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Questionada pela Lusa sobre os planos para São Bento, fonte oficial da IP explicou que a empresa “está a desenvolver um exaustivo trabalho com o objetivo primeiro de preservação do valioso património histórico e arquitetónico que representa e também no sentido da promoção e rentabilização dos espaços não essenciais à atividade da empresa”.

Ao todo, existem mais de 9.000 metros quadrados que estão a ser estudados, estando em fase avançada as negociações para a instalação de uma unidade hoteleira.

Ao mesmo tempo, segundo o projeto da IP, será feita “uma importante beneficiação das bilheteiras, melhorando o serviço aos utilizadores do transporte ferroviário e reformuladas as instalações sanitárias existentes, garantindo melhores condições de utilização da estação”.

Para a empresa pública, “a reformulação e dinamização da estação não irá representar qualquer custo”, já que terá ganhos com o arrendamento dos espaços, além de prever reduzir os custos com a manutenção do edifício.

No final, “a estação de São Bento será muito mais que um local de acesso ao transporte de comboio”, passando a “um novo espaço de convívio e cultura que turistas e portuenses vão querer conhecer e estar”.

Na quarta-feira, António Ramalho revelou também no parlamento que a estação de Santa Apolónia, em Lisboa, manterá o terminal ferroviário, mas com aproveitamento comercial, admitindo mesmo a possibilidade de vir a ter um hotel.

“Gostaríamos de ter a estação de Santa Apolónia valorizada, com terminal ferroviário, mas também aproveitamento comercial, porque do outro lado estará o Terminal de Cruzeiros”, disse, admitindo a possibilidade de Santa Apolónia vir a ter um hotel, dando o exemplo bem-sucedido com outros imóveis detidos pela empresa pública, como a estação do Rossio, que gera uma renda anual de um milhão de euros.

Segundo o plano da IP, as duas estações históricas mantêm a vocação de terminal ferroviário.