João Soares nega qualquer envolvimento na contratação do seu filho, por ajuste direito, como colaborador da Câmara de Lisboa. Numa publicação feita esta tarde na sua página pessoal de Facebook, o ministro da Cultura comentou a notícia desta terça-feira do jornal Público e afirma que não teve a “menor interferência nesse processo de contratação”.
O jornal Público dá conta de que a atual vereadora da Educação da Câmara de Lisboa contratou pelo menos seis pessoas por ajuste direto, através de um contrato de avença por dois anos, sendo que uma delas é um dos filhos do ministro da Cultura, Mário Barroso Soares, de 30 anos. A contratação terá sido feita para prestação de serviços em produção de eventos e gestão cultural no gabinete da vereadora Catarina Albergaria.
“Os meus filhos não devem ter, por esse facto, nem têm!, nenhuma espécie de privilégios. Mas também não podem, por esse facto, ser prejudicados”, escreve João Soares, que já foi presidente e vereador da Cultura da câmara da capital. O atual ministro da Cultura tece ainda duras acusações ao jornalista autor da peça, que acusa de seguir a sua “vida pública e privada” de forma “obsessiva”.
João Soares afirma ainda, “passe a imodéstia”, que é um “homem sério”. E que pode haver “muita gente tão séria” quanto ele, mas não “mais do que” ele.
A publicação de João Soares na íntegra:
Saiu hoje no “Público”, autor José António Cerejo, uma “noticia” sobre o facto de um dos meus filhos, Mário Barroso Soares (30 anos), ter sido contratado por uma vereadora da CML como seu colaborador. Quero sobre essa matéria deixar claro que, embora sentindo me feliz como pai, não tive a menor interferência nesse processo de contratação. Quando escrevo a menor, quero dizer nenhuma. Os meus filhos não devem ter, por esse facto, nem têm !, nenhuma espécie de privilégios. Mas também não podem, por esse facto, ser prejudicados. O senhor José António Cerejo, autor da referida peça “jornalística”, sabe até por via da forma obsessiva como de há uns anos a esta parte tem seguido a minha vida publica e privada, que eu sou um homem sério. Que sempre exerci de forma desapegada de interesses materiais, no plano pessoal, as funções públicas que desempenhei e desempenho. Há, passe a imodestia, muita gente tão séria como eu, mais do que eu não. Ah, já agora, aprendi a nadar há muitos anos na Foz do Arelho.”