A vereadora da câmara municipal de Lisboa contratou pelo menos seis pessoas por ajuste direto, através de um contrato de avença por dois anos, noticia o jornal Público.

Entre as contratações, cinco pessoas desempenham funções de assessoria e ganham entre os 2.800 e os 3.500 euros por mês (mais IVA), sem direito a subsídio de refeição, nem de Natal ou férias. O sexto contratado trata-se de Mário Barroso Soares, filho de João Soares, atual ministro Cultura e ex-presidente da Câmara de Lisboa e neto de Mário Soares.

O licenciado em História de 30 anos, cujo currículo disponível na rede social LinkedIn, refere que a sua experiência profissional tem sido sobretudo na área do secretariado, desempenha tarefas administrativas na autarquia da capital e recebe o mesmo que os assessores menos bem remunerados. O mesmo currículo indica que o avençado trabalha há 3 meses na câmara de Lisboa, ou seja, desde dezembro de 2015.

O blogue Má Despesa Pública revela que Mário Barroso Soares foi contratado para “prestar de serviços em produção de eventos e gestão cultural no gabinete da Vereadora Catarina Albergaria” conforme publicado no Portal Base e que o contrato foi celebrado no dia 27 janeiro deste ano. No total dos dois anos do contrato, Mário Barroso Soares vai receber 68.600 euros.

Questionada sobre a contratação em causa, fonte da autarquia justificou a mesma com a “experiência profissional” e “especial aptidão técnica e intelectual” do avençado, cujo currículo elenca sobretudo experiências profissionais curtas — entre 3 meses a um ano e meio — em tarefas como senior documentation specialist, assistente de produção ou project assistant. A experiência profissional mais longa — 4 anos — foi como assistente administrativo na Câmara Municipal da Amadora.

O gabinete de comunicação da vereadora Catarina Albergaria respondeu que a contratação “é completamente alheia” aos laços familiares do contratado.

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