O ministro da Educação inaugurou esta quinta-feira uma “sala de aula do futuro” na Escola Secundária de Alcanena, equipamento que deverá ser replicado, em tipologias e temáticas diferentes, em outras 30 escolas do país que apresentaram projetos.

Tiago Brandão Rodrigues afirmou que os agrupamentos ou escolas agrupadas identificaram soluções locais para promover a melhoria das aprendizagens e do sucesso escolar, que serão concretizadas através de programas e do apoio das próprias comunidades.

Cada sala procura responder a “inquietações pedagógicas” diferentes, pelo que “as tipologias são muito diversificada”, sendo implementadas de forma faseada, disse.

A diretora do Agrupamento de Escolas de Alcanena (no distrito de Santarém), Cláudia Cohen Coelho, afirmou que a sala hoje inaugurada — com várias valências, como estúdio para vídeo e fotografia, robótica, mesa e quadro interativos, impressora 3D e espaço “snoezelen” (de relaxamento pelos sentidos) – vai servir uma população de cerca de 1.600 alunos dos vários níveis de ensino.

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“Qualquer disciplina pode aqui ter aulas”, disse, afirmando que o objetivo é transpor as potencialidades oferecidas pelo espaço para a sala de aula regular, estando os professores a ter formação.

Cláudia Cohen referiu o facto de a escola secundária de Alcanena se encontrar entre as melhores do país ao nível do ensino secundário, visando a sala resolver o “hiato assustador” sentido ao nível do primeiro ciclo e os índices de abandono, nomeadamente no ensino profissional.

Dando como exemplo o curso profissional de multimédia, a diretora afirmou que, “neste momento, o risco de abandono não existe”.

Os “monitores residentes” da sala são alunos desse curso e são eles que dão apoio aos professores quando estes utilizam as valências do espaço, estando também já a produzir conteúdos, adiantou.

Soraia Gomes, aluna de multimédia que apresentou o quadro interativo, é uma das que “estava a pensar desistir da escola” e agora se confessa “fascinada” por todas as matérias “muito práticas” e quer “aprender mais”.

O ministro realçou as parcerias geradas em torno destes equipamentos, como a que o Agrupamento de Alcanena estabeleceu com o Centro Tecnológico das Indústrias do Couro, que tem um projeto na área da robótica para “motivar os jovens para a indústria” e que apoia esta área do projeto.

Cláudia Cohen afirmou que a sala foi feita por fases, tendo o próprio agrupamento contribuído para o investimento de 30.000 euros com “todas as poupanças, desde fotocópias a lâmpadas”, para além do apoio dado pela Direção Geral da Educação e por empresas.