O Bloco de Esquerda prestou esclarecimentos em relação ao cartaz polémico onde usa a figura de Jesus para celebrar a aprovação da adoção de casais do mesmo sexo. Em comunicado, o partido afirmou que, na realidade, não se trata de um cartaz, mas de uma mensagem para circular apenas nas redes sociais. É uma “forma de, nas redes sociais, com recurso ao humor, chamar a atenção para a conquista da igualdade entre todas as famílias”, lê-se em comunicado enviado à imprensa.
Ao Observador, fonte da direção do Bloco de Esquerda esclareceu que o cartaz com a figura de Jesus foi criado apenas para circular somente nas redes sociais. Ontem, o jornal Público avançava que no sábado a imagem sob a forma de cartazes já estariam espalhados pelo país.
Esta sexta-feira, foi afixado um cartaz, menos polémico, no Campo Pequeno, com a mensagem “Igualdade”.
A mensagem, ainda assim, não é nova. Algo que o Bloco faz questão de esclarecer: “É um velho slogan do movimento internacional pela igualdade de direitos”.
A frase em que o Bloco se inspirou já foi usada por diversas vezes. Em 2013, no Canadá, uma igreja anglicana usou esta mensagem para demonstrar a sua tolerância para com casais homossexuais, noticiava o The Independent. No cartaz lia-se: “Jesus tinha dois pais e ficou perfeitamente bem”.
enquanto isso, no Canadá https://t.co/e9i79O0i5U
— Carlos Vaz Marques (@cvazmarques) February 26, 2016
Ainda em 2013, uma outra igreja anglicana espalhou a mesma mensagem. Neste caso a Gosford Anglican Church.
A mesma mensagem esteve presente em frente de uma igreja católica romana, em Buffalo, Nova Iorque, mas foi removido depois de terem sido feitas queixas, alegando que promovia o casamento entre pessoas do mesmo sexo, reportava o Daily Mail, em novembro de 2015.
A mesma frase foi, também usada em paradas do Gay Pride:
Entretanto, em Portugal, foi criada uma petição para que se retirassem do cartaz, apelidado de ‘blasfemo’, que conta já com quase 2 mil assinaturas.
Por seu lado, o CDS também reprovou o cartaz, afirmando que é “uma ofensa gratuita à sensibilidade de muitos portugueses”, cita o Diário de Notícias. Pedro Mota Soares acrescenta, ainda: “Em política, como na vida, podemos discordar das ideias dos outros, mas não devemos ofender os sentimentos dos outros”. O deputado centrista refere também que a liberdade de expressão é “total”, mas que é preciso ter em conta a “sensibilidade” das pessoas.
*Editado por Filomena Martins