O Presidente da elétrica espanhola em Portugal, a Endesa, Nuno Ribeiro da Silva disse, em entrevista ao Diário de Notícias, que as medidas do Estado para diminuir os encargos da famílias em relação à energia – a tarifa social de eletricidade – são uma medida de proteção e solidariedade social, à custa das empresas.

“Assim é fácil tomar medidas políticas, varre-se os custos para debaixo do tapete. Isto é claramente uma medida de proteção e solidariedade social. O governo toma as decisões que quer, mas que ponha os custos no orçamento da solidariedade social. Mas não é assim. Aqui toma-se a medida e alguém vai pagar a fatura, chuta-se para as empresas”, disse o gestor e antigo governante ao DN.

O presidente da Endesa Portugal lembrou que “na fatura elétrica, 60% do que pagamos são impostos, taxas e similares”. Se os custos acrescidos recaírem agora sobre as empresas de energia, a “curto/médio prazo é evidente que isso será um parâmetro de custo para as empresas, logo vai refletir-se no preço ou na qualidade do serviço”.

Nuno Ribeiro da Silva criticou também a alargamento automático da tarifa social de eletricidade, porque considerou que se as pessoas tivessem realmente interessadas já teriam aderido. “Dar um desconto de forma administrativa, sem fazer as pessoas pensar e avaliar o interesse em recorrer à tarifa social, não se está a dar um sinal de apelo ao bom senso e à eficiência energética.”

Enquanto presidente da empresa, Nuno Ribeiro da Silva diz que “para a Endesa é ultra penalizador”. “Para nós isto recai sobre a central de ciclo combinado da Elecgas (no Pego, perto de Abrantes), que não funcionou em 2014 e em 2015 funcionou a 13% da capacidade instalada.”

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