O despedimento de António Lamas, o presidente exonerado do Centro Cultural de Belém, continua a dar que falar. Depois do ultimato de João Soares, do despedimento, do burburinho na praça pública, segue-se a reação de três grandes cadeias de hotéis portuguesas. Altis, Tivoli e Vila Galé censuram a suspensão do projeto de António Lamas para o eixo Belém-Ajuda e o despedimento do mesmo, conta o Diário de Notícias.
António Lamas liderou um projeto semelhante em Sintra e, conta o DN, os resultados falam por si: triplicou os visitantes e as receitas passaram de 2,1 milhões de euros para 17,6. O novo projeto previa alargar os horizontes culturais, levando os turistas a visitar mais do que a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerónimos.
“Estou habituado às críticas e, passe a imodéstia, estou absolutamente imune e não tenho nada que me pese na consciência”, disse João Soares, na terça-feira, reagindo à polémica da exoneração de António Lamas, que recusou demitir-se por acreditar no projeto — “Não me demito quando acredito em alguma coisa. Não está na minha natureza”, disse ao Público.
Agora restam as dúvidas e as reticências. “Acho que foi pura e simplesmente um ato político. (…) Agora nem sabemos se o plano existe ou se vai haver outro”, disse ao DN Francisco Moser, diretor de operações do Grupo Altis. Uma coisa é certa: João Soares classificou o projeto de Lamas para Belém “um disparate total”, por isso é pouco provável que o mesmo se mantenha. Tem a palavra o novo presidente do CCB, Elísio Summavielle.