Que a prática regular de exercício físico é uma espécie de elixir da juventude já todos, ou quase todos, sabíamos. Sobram poucas dúvidas dos muitos benefícios que tal tem para o corpo e para a mente. Mas o desporto que se faz no auge dos 20 anos não é — decididamente — o que se deve continuar a fazer aos 40 e por aí fora. Com essa preocupação em mente, o espanhol ABC consultou um terapeuta de exercício saudável e professor de ioga, Juan Pedro Martínez, para perceber qual o exercício físico aconselhado nas diferentes idades de cada pessoa.
Antes dos 30
Antes de chegar aos 30 anos de vida, o corpo humano está preparado para ser “vítima” de um exercício físico mais ativo — leia-se atividades como running, fitness ou musculação, entre outras. O importante é que não se exagere no esforço feito, até porque Juan Pedro Martínez não é um particular adepto de exercícios agressivos como o spinning ou as rotinas intensas capazes de levar o corpo ao limite. “É preciso tratá-lo com respeito e sem ultrapassar os limites para que nos dure muitos anos”, argumenta o profissional.
Entre os 30 e os 40
Nesta fase acontecem muitas mudanças a nível orgânico, sobretudo nas mulheres. Se por um lado o metabolismo fica mais lento, por outro, a pele perde elasticidade, sendo que as hormonas também não dão tréguas. Considerando um adulto a caminho dos 40 anos, Juan Martínez afirma que é tão arriscado deixar de fazer exercício físico como continuar a fazer o mesmo de quando tínhamos 25 anos — se a idade não é a mesma, o mais provável é que as capacidades físicas também não o sejam.
A pensar no que não se pode fazer, o terapeuta apresenta opções do que já é aconselhável: ioga astanga, bikram, ioga, pilates, trecking… “Destacaria, em particular, a importância dos alongamentos. É preciso fazer muitos alongamentos e com muita frequência, uma vez que eliminam a tensão.” A dica também se prolonga à ala masculina, dado que estes são vitais para evitar lesões musculares. E, claro, a tonificação sobe igualmente ao pódio do que deve entrar no calendário semanal e na sempre temida to do list.
A partir dos 40
Alcançada a década da maturidade — assim considerada pela publicação espanhola –, o importante é levar os planos saudáveis já implementados com serenidade e constância, mesmo que a sociedade nos continue a forçar uma beleza e aparente juventude de exigências estoicas. Por essa razão, Martínez reforça a ideia de que não é possível praticar o desporto de outros tempos. É que, como em tudo, há dois lados de uma mesma moeda: o exercício físico regular dá-nos mais energia, é certo, mas também o oposto pode acontecer, com a vigorexia a ganhar terreno.
Feitas as contas, a moderação é, sem dúvida, a chave para um estilo de vida mais saudável. E caso não saiba — ou não se recorde –, vigorexia consiste num transtorno psicológico semelhante à anorexia, caraterizando-se por uma insatisfação constante com o corpo, o que leva à prática exaustiva de exercício físico (e, em alguns casos, uso de esteroides).
Entre os 40 e os 60
Ioga e meditação são as palavras-chave a decorar. Sendo esta a etapa da vida em que habitualmente somos mais pacientes, pensativos e com uma maior capacidade para perceber quais as necessidades do nosso corpo, o ioga e as vantagens físicas inegáveis — desde a elasticidade e resistência ao relaxamento — é apresentado como a solução.