O líder do partido espanhol Podemos, Pablo Iglesias, quer dar a palavra final aos cerca de 400 mil simpatizantes e militantes do partido quando for para decidir de que forma é que os seus deputados devem votar numa sessão de investidura. “Uma questão tão crucial como esta tem de ser decidida pelas pessoas. Os inscritos no Podemos têm de ter a última palavra sobre qual é a nossa posição”, disse o líder do Podermos este sábado, no Conselho Cidadão, o órgão mais alto do partido.
Assim, Pablo Iglesias abre caminho a que o seu partido possa vir a viabilizar uma solução de governo entre o PSOE e o Ciudadanos, passando essa possibilidade a depender dos votos das bases e não da cúpula do partido. No início de março, o Podemos votou contra nas duas ocasiões em que a solução PSOE+Ciudadanos foi apresentada no Congresso dos Deputados. O Podemos tem 65 deputados e os seus votos seriam suficientes para viabilizar o próximo Governo de Espanha, que ainda não conseguiu ser criado apesar de já terem passado mais de três meses das eleições de 20 de dezembro do ano passado.
Ainda não é conhecida a proposta de pergunta para este referendo interno e também não é conhecida a data em que este acontecerá. Segundo o El Mundo, os estatutos do Podemos só obrigam à realização de um referendo interno caso sejam feitos acordos pós-eleitorais.
E é precisamente um acordo pós-eleitoral que Iglesias procura, depois de ter estado reunido com o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, esta semana. O tom foi de aproximação, com Iglesias a abdicar de um eventual cargo de vice-Presidente de Governo se tal fosse necessário para ser feita uma aliança entre os dois partidos. Mas Sánchez referiu que será sempre melhor uma solução a três: PSOE, Podemos e Ciudadanos. Da parte do Ciudadanos, Rivera disse que só há uma coisa pior do que o país ir novamente a eleições: um Governo com o Podemos.