A terceira edição do festival de cinema Figueira Film Art, que se realiza de 29 de agosto a 4 de setembro, vai homenagear este ano o realizador António-Pedro Vasconcelos, que será o padrinho do evento.

Depois de ter como homenageados os cineastas Alberto Seixas Santos, em 2014, e Manoel de Oliveira, em 2015, o Figueira Film Art, que decorre na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, escolhe este ano como padrinho do festival o realizador de “Amor impossível” e “O lugar do morto”.

A escolha justifica-se por este ser “um dos melhores realizadores nacionais” e pelo evento se rever “na arte” do autor de “Adeus, até ao meu regresso”, “Jaime” e “Os gatos não têm vertigens”, disse à agência Lusa o diretor-geral do festival, Luís Albuquerque, à margem da apresentação da iniciativa.

O evento vai contar com um dia dedicado à obra de António-Pedro Vasconcelos, que vai receber “o galardão carreira”, que distingue um percurso marcado igualmente por filmes como “A bela e o paparazzo”, “Call girl”, “Aqui d’el-Rei”, “Oxalá” ou “Perdido por cem”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

António-Pedro Vasconcelos também assinou documentários como o recente “Milú, a menina da rádio”, dedicado à atriz, ou “Emigr/Antes… e Depois” e “Adeus, até ao meu regresso”, da década de 1970, ou o inicial, dedicado ao compositor Fernando Lopes-Graça.

Este ano o festival da Figueira deverá ter “entre 90 a 100 filmes”, entre curtas e longas-metragens, ficcionais e documentais, e videoclips, informou, sublinhando que o evento está a apostar “na qualidade, em detrimento da quantidade”, reduzindo o número de películas, comparativamente com o primeiro ano, em que foram projetados 132 filmes.

Segundo Luís Albuquerque, este ano, a categoria de escolas será aberta a candidaturas estrangeiras, tendo já recebido 22 filmes a concurso, 16 dos quais de fora de Portugal.

A quatro meses do festival, o Figueira Film Art já recebeu “188 filmes a concurso”, estando as candidaturas abertas até 26 de julho.

As candidaturas já recebidas têm origem em “mais de 20 países diferentes, como Peru, Indonésia, Brasil, Estados Unidos, França, Índia ou Japão”, realçou.

Os filmes vão ser todos exibidos no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz, e a gala do Figueira Film Art, cerimónia de encerramento e tertúlias, decorrem no Casino Figueira.

O evento conta ainda com a realização de sessões, em agosto, de cinema ao ar livre, no Forte de Santa Catarina, e com uma exposição, entre agosto e setembro, “sobre o espólio e recordações” de José Poeta, um dos principais animadores do antigo Festival Internacional de Cinema da Figueira da Foz (1972-2002).

De acordo com Luís Albuquerque, o festival tem um orçamento de cerca de 50 mil euros.