O arguido na Operação Lava Jato, Eduardo Cunha, tem visto a sua vida ser escrutinada pelos investigadores que vão descobrindo cada vez mais provas contra o presidente da Câmara. Aparentemente, Cunha tem vivido uma vida mais apropriada a um milionário do que a um deputado.
Eduardo Cunha é o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil que está a ser investigado pelo Conselho de Ética da Casa Legislativa ao longo dos últimos 180 dias por ter mentido durante um depoimento. O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu um processo devido à suspeita de que Cunha terá mentido no depoimento prestado em 2015 sobre os casos de corrupção Petrobras. O presidente da Câmara dos Deputados do Brasil terá afirmado, perante a comissão parlamentar, que tinha contas bancárias fora do Brasil, como informa este texto.
As despesas de Eduardo Cunha
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Viagem de nove dias a Miami para passagem de ano:
- 37.250 euros ao todo;
- 20 mil euros para alojamento;
- 1.450 euros em alimentação;
- 882 euros num único jantar;
- 5.500 euros em compras de roupa num dia;
- 1.300 euros na Giorgio Armani num dia diferente;
- 3.100 euros na Ermenegildo Zegna.
Viagem de três dias a Nova Iorque:
- 900 euros em sapatos na Salvatore Farragamo;
- 800 euros em produtos na Apple Store;
- 1.500 euros num jantar do chef Daniel Boulud;
- 2.500 euros em hospedagem.
Viagem de cinco dias a Zurique:
- 8.800 euros em hospedagem em três hotéis diferentes.
Outras despesas:
- 2.200 euros em Paris, numa refeição;
- 3.150 euros num hotel em Barcelona;
- 2.650 euros num restaurante na Rússia;
- 4.750 euros em Nova Iorque, na loja da Chanel;
- 600 euros num bar em Veneza;
- 5.300 euros num hotel no Dubai.
A investigação lançada conseguiu encontrar contas do deputado na Suíça com extratos de despesas incompatíveis com os rendimentos declarados por si e pela sua família. O procurador Rodrigo Janot considerou que essas despesas foram pagas com dinheiro desviado do Estado, informa o El País.
O procurador ficou curioso pelas despesas de Cunha depois de uma viagem a Miami na qual terá gasto 84.000 reais, durante nove dias, em 2013. O rendimento declarado por Cunha no ano anterior era de 17.794 reais mensais.
Um mês depois da viagem a Miami, o deputado brasileiro viajou até Nova Iorque e Zurique onde terá gasto mais 54 mil reais em menos de uma semana. Em Paris, Barcelona e na Rússia, o deputado terá despendido mais de 6.000 dólares em alimentação e 3.500 em alojamento na capital francesa.
Foi em Zurique que os investigadores encontraram cinco contas secretas, em seu nome, da sua mulher, Claudia Cruz, e da filha.
Cunha terá recebido mais de 5 milhões de reais (1,2 milhões de euros) por viabilizar a compra de um campo de petróleo em África por parte da Petrobras em 2006, informa o El País. Cunha, que foi feito réu do Supremo Tribunal Federal nega todas as acusações que lhe são feitas.
Em outubro de 2015, foram encontrados e bloqueados 2,1 milhões de euros no nome de Eduardo Cunha, dividido entre ativos em dólares americanos e francos suíços aplicados em fundos de investimento realizados em contas correntes de offshores. O deputado voltou a negar.
Despesas da família de Eduardo Cunha
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Despesas da mulher, Claudia Cruz:
- 6.800 euros numa Chanel, em Paris;
- 3.500 euros na Charvet Place Vendome, em Paris;
- 2.300 euros numa Christian Dior de Paris;
- 2.650 euros na Balenciaga de Paris;
- 4.200 euros na Prada de Roma;
- 3.200 euros na Louis Vuitton de Lisboa;
- 3.500 euros na Chanel, no Dubai.
Despesas da filha de Cruz, Danielle:
- Mais de 3.500 euros em lojas de luxo entre 2013 e 2014.
Vocês podem preparar em qualquer escritório de advocacia internacional qualquer documento que diga empresa, trust, de qualquer natureza, para eu assinar procuração de doação, busca, verificação, não é só de Israel não, de Israel, da Arábia Saudita, do Líbano, de qualquer lugar do mundo que você queira, de qualquer conta bancária, que eu dou de presente para reverter a quem quiser porque não existe”, afirmou Eduardo Cunha, citado pelo jornal Folha de S. Paulo.
Na quinta-feira da semana passada, o deputado Fausto Pinato do Conselho de Ética — responsável por julgar o caso — recusou-se a continuar no conselho por ter trocado de partido do Partido Republicano Brasileiro (PRB) para o Partido Progressista (PP) e considera que o relator deva pertencer a alguém do PRB.
Em outubro de 2015, o banco suíço Julius Baer encontrou e bloqueou 2,1 milhões de euros no nome do presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, dividido entre ativos em dólares e francos suíços aplicados em fundos de investimento realizados em contas correntes de offshores, valor não declarado para as autoridades fiscais brasileiras.