O banco holandês Rabobank acredita que o rating da DBRS para Portugal vai continuar acima de lixo na próxima semana, ou seja, não haverá um corte. Para a revisão agendada para sexta-feira, dia 29, os analistas do banco holandês atribuem uma probabilidade de 30% a que o rating passe a ter uma perspetiva “negativa” — atualmente é “estável”.

“Globalmente, não acreditamos que a DBRS irá cortar o rating de Portugal”, diz o Rabobank numa nota enviada esta manhã aos clientes em que aponta que “o governo já indicou, explicitamente, que está a trabalhar com a agência para evitar que isso aconteça”.

O Rabobank assinala, contudo, que “há uma possibilidade — cerca de 30% — de que o outlook seja reduzido para negativo“. Isso poderia tornar mais provável que, no futuro, o rating em si pudesse cair. Porém, o Rabobank indica que “mesmo que a redução do outlook aconteça, a avaliação seguinte a Portugal pela DBRS só acontece a 21 de outubro, portanto o possível problema de um corte de rating desqualificar Portugal seria adiado por algum tempo”.

Olhando para os critérios que a agência DBRS já referiu, no passado, para decidir sobre o rating português, os analistas do banco holandês mostram alguma confiança de que não estarão reunidas as condições para que possa estar em perigo a única classificação acima de lixo que a dívida portuguesa tem.

O Rabobank nota que o governo adotou “um tom mais conciliatório” com a Comissão Europeia mas avisou que “avizinham-se negociações complicadas com a Comissão Europeia, já que tanto as projeções de crescimento como de défice orçamental parecem muito ambiciosas”. Além disso, o Rabobank assinala que o apoio da esquerda ao Partido Socialista tem parecido ser “sólido” mas “um agrupamento de partidos com visões tão distintas será sempre propenso a conflitos”.

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