O PSOE lançou um repto de última hora à esquerda para tentar formar Governo em Espanha. A tentativa de acordo in extremis implicava aceitar várias medidas para conseguir a investidura com o apoio do Podemos, do Ciudadanos e do Compromís. Mas já recebeu o primeiro não, da parte de Albert Rivera: o Ciudadanos não aceita o acordo alargado e também não é de admitir que o Podemos de Pablo Iglesias o quisesse.
Em conferência de imprensa, o líder do Ciudadanos rejeitou a proposta e disse que o seu partido já está a trabalhar no cenário de eleições. “A proposta de acordo nem sequer é digna de ser considerada”, disse Rivera.
A expectativa de um acordo foi lançada esta manhã pelo próprio PSOE, no Congresso dos Deputados, naquela que é a última semana antes de terminar o prazo para ser conseguido um acordo de Governo. As eleições foram a 20 de dezembro do ano passado e se até ao próximo dia 3 não houver um entendimento terão de ser convocadas novas eleições, que terão lugar a 26 de junho. O Rei está desde ontem a ouvir os partidos para perceber quais eram ainda as hipóteses de um acordo e foi nas audições que ouviu a rejeição do Ciudadanos.
Sem renunciar ao pacto feito com o Ciudadanos, de Albert Rivera — que o Podemos de Pablo Iglesias nunca aceitou –, Sánchez pedira o apoio do Compromís e do Podemos para um “acordo plural”. Porque só um entendimento alargado permitiria a necessária maioria de governação.
O acordo, que o PSOE exigia que fosse alcançado em 24 horas, implicava três exigências, escreve o El Mundo. A primeira era que os partidos se comprometessem a apoiar e dar estabilidade ao Governo que viesse a ser formado; a segunda que esse Governo fosse do PSOE, integrando independentes; e a terceira que Pedro Sànchez fosse submetido a uma moção de confiança daqui a dois anos, em junho de 2018. Ou seja, Sànchez governaria por dois anos até ser avaliado.