O chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte, afirmou que a sua prioridade é a estabilidade interna do Colégio Militar e adiantou que ainda decorre o processo de inspeção àquele estabelecimento de ensino.

“A minha preocupação é a estabilidade interna do Colégio Militar no ambiente académico, no ambiente escolar. Tudo o que se falar nesta altura eu julgo que é prematuro, só vai perturbar o ambiente escolar”, afirmou Rovisco Duarte.

O general, que tomou posse como CEME no passado dia 15 de abril, falava à agência Lusa no parlamento, no final de um encontro com o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, para apresentação de cumprimentos.

Rovisco Duarte substituiu no cargo o general Carlos Jerónimo, que se demitiu dois dias depois de ter sido tornado público que o ministro da Defesa pediu esclarecimentos à chefia do Exército sobre alegadas situações de discriminação, entre alunos, em função da orientação sexual no Colégio Militar.

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O CEME adiantou que a inspeção anunciada pelo ministro no passado dia 26 de abril e que decorreu no terreno nos dias 03 e 04 de maio está na fase de elaboração de relatórios e de contraditório, devendo o processo terminar dentro de duas a três semanas.

Questionado se a polémica terá consequências ao nível da estrutura do Exército, Rovisco Duarte reiterou que “para já é prematuro avançar com muitas convicções sobre esta matéria”, admitindo que será feita “a gestão de pessoal que for necessária”.

“Há todo um processo de gestão de pessoal que já estava em cima da mesa, vamos ouvir o que se passa, ouvir o que passou, vamos fazer a gestão de pessoal que for necessária. Para já é prematuro avançar com muitas convicções sobre esta matéria”, disse.

Na base da polémica estiveram declarações do subdiretor do Colégio Militar publicadas no jornal Observador no dia 01 de abril admitindo que os alunos homossexuais são “excluídos” entre pares.

Ouvido na subcomissão parlamentar para a Igualdade e Não Discriminação, o diretor de Educação e Doutrina do Exército garantiu no passado dia 03 que não há discriminação de alunos homossexuais no Colégio Militar e que nenhum estudante foi alguma vez expulso por causa da sua orientação sexual.