Na próxima semana, de 16 a 20 de maio, a IBM promove a Business Continuity Awareness Week com o intuito de sensibilizar a comunidade para o valor da gestão de risco e continuidade de negócio no mundo “sempre ligado”. Entre outros eventos destaca-se a oferta de webinars orientados para as questões da resiliência nas empresas e organizações, cada vez mais expostas ao risco de incidentes nos seus sistemas de informação e comunicação.
Já esta semana teve lugar em Lisboa a 6ª edição do IBM Resilience Day, um evento promovido anualmente para estimular uma consciência de risco e alertar para as perdas irreparáveis resultantes da interrupção de serviços nas empresas. Na agenda as atenções centravam-se na presença de Laurence Guihard-Joly, a líder mundial dos Serviços de Resiliência da IBM e na intervenção (aparentemente) inusitada de uma banda pop.
Perante uma plateia de 90 participantes os The Gift não tocaram mas encantaram com os vários exemplos de contingência e redundância que sempre fizeram parte do quotidiano da banda. Com 20 anos de carreira recheados de êxitos e muita resiliência afirmam que a capacidade de reação ao incidente durante os concertos é fundamental. Seja quando um processador sobreaquece e é preciso arrefecê-lo com latas de cerveja geladas, ou quando Sónia Tavares improvisa uma coreografia porque ficou suspensa no ar já depois de acabar a canção, numa entrada em palco feita “a voar” com a ajuda de uma grua. Uma abordagem diferente e criativa a uma temática que afinal pode ser aplicada em domínios tão diversos como o da música.
No momento mais esperado do evento, Laurence Guihard-Joly traçou as perspetivas abertas pela IoT (Internet of Things) e abordou o projeto IBM Watson que está a marcar o advento da computação preditiva. A especialista em computação cognitiva alertou para a necessidade de desenvolver estas capacidades de previsão de falhas nos sistemas de modo a conseguir evitar o incidente. Ou, no pior, cenário ter a contingência assegurada para reduzir os efeitos ao mínimo. Para isso é preciso continuar a estimular uma consciência global para as questões da resiliência e da continuidade do negócio porque os atuais modelos de procedimento são insuficientes.
A sessão contou na abertura com João Gonçalves, Diretor de Global Technology Services na IBM, que aproveitou para destacar a importância do investimento das empresas em estratégias inovadoras capazes de assegurar com fiabilidade a continuidade do negócio e o acesso imediato aos dados e aplicações.
A apresentação das competências do Centro Nacional de Cibersegurança, entidade pública que começou a operar em outubro de 2014, foi conduzida pelo Coordenador do Departamento de Políticas e Desenvolvimento Estratégico. Vítor Morais deu especial relevo à necessidade de cooperação para a melhoria contínua da segurança dos sistemas de informação para aumentar a eficácia da resposta a ciber-incidentes.
Ainda durante a manhã foram apresentados os casos práticos de dois clientes que implementaram soluções IBM: a Sogrape, empresa líder no setor vitivinícola e o banco Millennium BCP. A empresa que detém a marca “Porto Ferreira” e conta 70 anos de história no Vale do Douro adotou um sistema de gestão da continuidade do negócio em 2014. A decisão veio na sequência de um incidente com uma retroescavadora que cortou os cabos de alimentação dos sistemas de uma adega, provocando uma paragem nas operações superior a 48 horas. Do lado do Millennium o destaque vai para os testes de resiliência e resposta a incidentes que se realizam duas vezes por ano, em Lisboa e Porto, envolvendo 100 pessoas e um universo de 130 aplicações. É graças a eles e às soluções IBM que o banco consegue averbar tempos de recuperação de duas horas em algumas áreas.
À tarde a agenda ficaria completa com a demonstração do serviço de comunicação em tempo real. O RCaaS, acrónimo de Resiliency Communications as a Service foi apresentado por Helder Carreira, Resiliency Managing Consultant na IBM, e Jeromy Wells, CEO da Whispir, empresa australiana que é parceira estratégica da IBM nesta área. A solução RCaaS oferece, através de uma aplicação móvel e bastante intuitiva, garantias de eficácia na comunicação entre intervenientes no ecossistema de qualquer organização, acelerando a resposta em caso de incidente e diminuindo os tempos de paragem para níveis muito baixos. No mundo always-on é imperativo que as empresas desenvolvam uma estratégia robusta de resiliência para antecipar incidentes e garantir a continuidade de negócio.