Os últimos cem anos da arte portuguesa são percorridos na nova exposição permanente do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, em Lisboa, que deverá manter-se patente “pelo menos [durante] um ano”, segundo a diretora, Aida Rechena.

“Vanguardas e Neovanguardas na arte portuguesa – séculos XX e XXI” é o título desta exposição, com inauguração marcada para hoje, às 19:00, e que apresenta um percurso das várias correntes artísticas, através de 80 obras, em pintura, escultura, colagem, fotografia, instalação e vídeo.

Numa visita guiada aos jornalistas, o curador da exposição, Rui Afonso Santos, comentou: “Apesar da crise, a cultura portuguesa está cada vez mais internacional”, dando como exemplo, a exposição dedicada a Amadeo de Souza Cardoso, patente no Grand Palais, em Paris.

A nova exposição permanente reúne uma seleção feita pelo curador dentro do acervo do museu, revelando um percurso pelas várias correntes artísticas, começando pelo futurismo, expressionismo, passando pelo ‘neocubismo’, até aos pós-modernismos e aos novos ‘media’.

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Amadeo de Souza Cardoso, António Pedro, Mário Eloy, Jorge Vieira, Almada Negreiros, Joaquim Rodrigo, Fernando Lanhas, Lourdes Castro, Helena Almeida, Julião Sarmento, Ângela Ferreira, João Tabarra, Pedro Cabrita Reis, Vasco Araújo e Pedro Paiva & João Maria Gusmão estão entre os artistas representados nesta exposição.

Questionada pela agência Lusa sobre quanto tempo ficará patente esta mostra, Aida Rechena indicou, “pelo menos, um ano, para dar tempo a que sejam realizadas atividades paralelas, nomeadamente através do serviço educativo”.

A intenção da diretora é que o Museu do Chiado passe a mostrar, a cada ano, uma seleção diferente do acervo de 5.000 obras, desde 1850 até à atualidade.

“Como o museu foi ampliado para a rua Capelo, vamos ter espaço para mostrar mais obras. Aqui está uma seleção de um século – percorrendo o XX [até] ao início do XXI – e faltam 50 anos [iniciais], que estamos a pensar mostrar numa exposição no primeiro trimestre do próximo ano”, avançou.

No percurso da nova exposição, o curador foi destacando a forma como os artistas portugueses foram, ao longo de um século, através de várias linguagens, tomando as suas posições críticas e artísticas no trabalho que criavam.

É o caso de obras com críticas mais escondidas, da época da ditadura do Estado Novo, como a pintura “Estação”, de Joaquim Rodrigo, com uma cruz nazi disfarçada, até críticas sociais mais abertas, nomeadamente nas fotografias atuais de João Tabarra e Ângela Ferreira.

Esta exposição conta com sete núcleos: “Retrato, autofiguração e arquétipos”, “Dos futurismos ao regresso à ordem”, “Expressionismos e surrealismo”, “Neocubismo, neorealismo e surrealismos”, “Abstracionismos e nova figuração”, “Neovanguardas anos 60 e 70”, e “Pós-modernismos e novos media”.