Dois engenheiros do fabricante suíço da aeronave que caiu no domingo, no Alentejo, vão ajudar o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA) na investigação ao acidente, que provocou um morto e quatro feridos.

Em declarações hoje à agência Lusa, o diretor do GPIAA, Álvaro Neves, disse que os dois engenheiros da empresa suíça fabricante da aeronave, a Pilatus Aircraft, chegam hoje à noite a Lisboa para na terça-feira se deslocarem ao local.

Os dois engenheiros vão ajudar investigadores do GPIAA a fazerem “um levantamento mais exaustivo” e a perceberem as causas do acidente com a aeronave, que transportava oito pessoas: um piloto, que morreu, e sete paraquedistas, quatro dos quais ficaram feridos, dois em estado grave e dois com ferimentos ligeiros.

O GPIAA tem, desde hoje de manhã, dois investigadores no terreno, que estão a proceder aos “primeiros levantamentos” para se perceber os motivos da queda da aeronave, no domingo, na zona de Canhestros, no concelho de Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja.

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Segundo Álvaro Neves, a aeronave, do modelo Pilatus PC6, com capacidade para 10 pessoas, tem matrícula alemã e pertence a um operador privado alemão, que tem um contrato de prestação de serviços com a empresa aérea Aero Vip, a concessionária das linhas aéreas regionais que ligam Bragança a Portimão e Porto Santo e Funchal e pertence ao grupo Seven Air, o qual também detém a empresa SKyFall, que faz voos para paraquedistas já treinados e através da qual foi efetuada o voo daquela aeronave no domingo e a partir do aeródromo de Figueira dos Cavaleiros, no concelho de Ferreira do Alentejo.

“A Aero Vip tinha um contrato com o operador alemão para operarem com a aeronave”, explicou, referindo que “é normal paraquedistas alugarem a aeronave para fazerem saltos a grande altitude”.

No domingo, o grupo de sete paraquedistas “ia saltar a cerca de 14 mil pés, sensivelmente, e a aeronave ainda estava a subir quando teve o problema a sete mil pés”, a metade do percurso do “patamar de largada” dos paraquedistas, disse Álvaro Neves.

Os dois feridos graves, dois homens de nacionalidade portuguesa, um com 40 e outro com 45 anos, foram transportados para o Hospital de São José, em Lisboa, onde estão internados “clinicamente estáveis, com prognóstico favorável”, disse à Lusa a assessora da unidade hospitalar.

Os dois feridos leves, duas mulheres, uma de 37 e outra de 48 anos, foram transportadas para as urgências do hospital de Beja, de onde tiveram alta às 23:45 de domingo, disse à Lusa fonte oficinal da unidade hospitalar.

Segundo disse à Lusa o tenente-coronel José Rosa, do Comando Territorial de Beja da GNR, os restantes três paraquedistas, que não precisaram de assistência hospitalar, descreveram que o avião começou a desfragmentar-se no ar, tendo outras pessoas em terra afirmado que saltaram pedaços do avião, no ar.

O alerta para o acidente foi dado às 19:08 de domingo para Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja.

As operações de socorro envolveram 60 operacionais e 21 veículos dos bombeiros de Aljustrel, Beja, Ferreira do Alentejo e Alvalade do Sado e da GNR, a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do hospital de Beja e dois helicópteros do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).