O alinhamento dos dois concertos tem como base no mais recente álbum da artista, “Mundo”, mas revisitará alguns êxitos da sua carreira, como “Ó gente da minha terra”, “O tempo não pára” e “Chuva”, adiantou à Lusa fonte da sua produtora.

“Mariza regressou em 2015 com um álbum que, mais do que uma reinvenção, é uma extensão ousada do seu papel como representante global do fado”, escreveu a Songlines, a propósito de “Mundo”, eleito, pela revista, um dos melhores discos do ano passado.

No entender da publicação, Mariza surge “não só como uma das melhores fadistas da sua geração, mas também como uma das mais carismáticas artistas do mundo, fazendo a ponte entre géneros populares e tradicionais de uma forma visionária”.

Nos dois palcos, a fadista é acompanhada pelos músicos José Manuel Neto, na guitarra portuguesa, Pedro Jóia, na viola, Yami, na viola baixo, e Vicky Marques, na bateria e percussão.

O jornalista Nigel Williamson, da Songlines, especialista em música ‘pop’ e músicas do mundo, afirma, no texto sobre Mariza, que “a primeira-dama do Fado vive atualmente um momento muito feliz”, e realça, entre outros temas do CD “Mundo”, “a batida de ‘Missangas’ e a arrebatadora canção ‘Sombra’, que garantem a Mariza o estatuto de rainha do fado tradicional”.

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O crítico refere ainda “as espantosas baladas ‘pop’ ‘Melhor de mim’ e ‘Adeus’, o etéreo ‘Sem ti’ e o maravilhoso e brilhante ‘Saudade Solta'”.

Williamson faz notar “a maturidade expressiva que dá à voz, que está melhor que nunca”, e afirma que, já que Mariza canta, de vez em quando, nos seus concertos, “I will always love you'”, de Whitney Houston, “talvez as fusões pop/fado de ‘Mundo’ não sejam uma surpresa, mas Mariza fê-lo com talento, destreza e autoconfiança, que é simplesmente de tirar o fôlego”.

Mariza disse à Lusa, em outubro do ano passado, quando o álbum foi editado, que “Mundo” é “um convite” para o público conhecer melhor o seu universo, o seu mundo, aquilo que é, e como evoluiu e se transformou.

“Este CD surge como um convite às pessoas para visitarem o meu mundo, no que me tornei agora, passados 15 anos [do primeiro CD], até este álbum, o que sou, naquilo em que me transformei, como eu vejo agora a música, aquilo que sinto e o que é para mim [a música]”, rematou a fadista.

“‘Mundo 360º’ dá a conhecer o lado mais pessoal e emocional de Mariza e envolve o público no mundo da mais internacional artista portuguesa”, remata a promotora da artista, distinguida, entre outros, com o Prémio BBC Radio 3, na categoria de Melhor Artista da Europa de World Music, e com o prémio da crítica alemã, Deutscheschalplatten Kritik (2003), assim como com o European Border Breakers Award (2004), o Prémio Amália Internacional (2005) e a Medalha de Vermeil, da Sociedade de Artes Ciências e Letras de França (2008).