A Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT) acusou esta quinta-feira a Unicer de “intransigência total” quanto a aumento de salários, razão pela qual os trabalhadores decidiram manter a greve entre sexta e domingo.

“Há de facto uma intransigência total da Unicer no que toca a aumentos salariais e esta intransigência por parte da empresa não deixou nenhuma alternativa aos trabalhadores e por isso a greve vai manter-se”, afirmou à Lusa Francisco Figueiredo, dirigente sindical da FESAHT, organização filiada na CGTP.

O responsável falava no final do plenário de trabalhadores que decorreu durante a tarde de quinta-feira na Unicer de Leça do Balio, Matosinhos, e na qual foi discutida “a situação na empresa e as propostas da empresa”.

Em cima da mesa esteve o pedido do sindicato de “um aumento de 3% no mínimo de 30 euros” que “a empresa recusou liminarmente”, sem apresentar “nenhuma proposta para desbloquear a greve”, lamentou.

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Francisco Figueiredo contou porém que a Unicer “admitiu informalmente dar um dia de férias a mais aos trabalhadores” e se mostrou disponível para “negociar a partir de dia 1 de outubro aumentos salariais para o ano de 2017”, algo que, disse, “os trabalhadores não aceitam”.

“Exigem que seja dado um aumento salarial já em 2016. A empresa deu muitos lucros em 2015, não há nenhuma razão para que a empresa não conceda um aumento salarial para os trabalhadores”, defendeu.

O sindicalista referiu ainda que no final do plenário os sindicatos manifestaram a sua “disponibilidade para reunir a qualquer momento com a empresa” e “desbloquear a situação”, desde que a Unicer apresente “uma proposta de aumentos salariais”.

Contactada pela Lusa, a Unicer não quis comentar a situação.

O pré-aviso de greve foi apresentado no início de agosto pelo Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), afeto à CGTP, em defesa de “aumentos salariais dignos” e a “dignificação do trabalho”.

A greve foi marcada para os dias 15, 16, 17, 19 e 21 de agosto mas no passado sábado o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Industrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB) anunciou a suspensão da greve nos três primeiros dias.

Entre sexta e domingo, os trabalhadores da Unicer vão fazer greve entre as 06h00 e os 08h00 (últimas duas horas do último turno) e entre as 08h00 e as 10h00 (primeiras duas horas do primeiro turno).

Esta ação de luta foi decidida, em plenário, pelos trabalhadores das empresas UNICER GPS, UNICER BEBIDAS e UNICER AT, a laborar nos estabelecimentos das empresas em Leça do Balio (Matosinhos, Porto), Santarém, Santo Antão do Tojal (Loures, Lisboa) e Miraflores (Oeiras, Lisboa).