O FBI encontrou cerca de 14.900 mil emails que Hillary Clinton alojou no seu servidor privado durante o período em que foi Secretária de Estado dos EUA, entre 2009 e 2013. Segundo o Washington Post, descoberta levou a que um juiz federal instasse o Departamento de Estado a divulgar o acesso a esses emails antes de Outubro. As eleições presidenciais norte-americanas são a 8 de novembro e o tema dos emails de Hillary Clinton podem tornar-se numa das maiores barreiras a uma vitória da candidata democrata.
Em dezembro de 2014, no âmbito de uma investigação lançada pelo FBI devido ao uso indevido de um servidor privado para alojar a sua conta de email, Hillary Clinton recebeu uma ordem judicial para ceder às autoridades todos os emails relacionados com trabalho — excluindo assim os que tratassem apenas de assuntos pessoais ou íntimos. Nessa altura, a equipa de advogados da ex-Secretária de Estado e atual candidata do Partido Democrata às eleições presidenciais cedeu um total de 30 mil emails.
O que a notícia desta segunda-feira pode demonstrar é que Hillary Clinton e a sua equipa não partilharam a totalidade dos emails relacionados com trabalho quando receberam uma ordem judicial nesse sentido.
A campanha de Hillary Clinton reagiu a esta notícia com um comunicado. “Não estamos certos qual é o tipo de material adicional que o Departamento de Justica terá encontrado, mas se o Departamento de Estado entender que alguns são relacionados com trabalho, então obviamente apoiamos a decisão de esses documentos também serem divulgados publicamente”, lê-se, numa reação do porta-voz de campanha, Brian Fallon.
Em julho, o diretor do FBI, James Comey referiu que Hillary Clinton e a sua equipa na Secretaria de Estado “foram extremamente descuidados na maneira como lidaram com informação sensível e altamente classificada”, mas referiu que o a investigação não encontrou provas de que estes tenham “[violado] intencionalmente leis que dizem respeito ao modo de lidar com informação classificada”.
Apesar do tom crítico, James Comey acabou por recomendar que não fossem levantadas acusações contra Hillary Clinton — algo que foi aceite pela Procuradora Geral dos EUA, Loretta Lynch.