Duas novas possíveis peças do avião da Malaysia Arlines (voo MH370) desaparecido há mais de dois anos foram encontradas no sul de Moçambique, disse hoje à Lusa o presidente da autoridade aeronáutica moçambicana.
As peças, encontradas na costa de Inhambane, devem chegar hoje a Maputo, avançou João Abreu, e juntam-se a outras quatro descobertas em Moçambique com possibilidade de pertencerem ao Boeing 777 que desapareceu a 8 de março de 2014, quando fazia a rota entre Kuala Lumpur e Pequim com 239 pessoas a bordo.
Uma peça foi encontrada no início do ano por um turista norte-americano em Vilanculos, também na província de Inhambane, e já foi entregue pelo Instituto de Aviação de Moçambique (IACM) às autoridades malaias.
Outros dois fragmentos foram encontrados junto à costa moçambicana em Xai-Xai, província de Gaza, também no sul do país.
João Abreu desconhece as circunstâncias em que os dois novos objetos foram achados, referindo apenas que foram entregues à polícia do distrito de Morrumbene, em Inhambane, que os fará deslocar para Maputo ainda hoje.
A agência France Presse noticiou hoje a descoberta de uma e não duas peças em Morrumbene por um hoteleiro sul-africano.
Mas o presidente do IACM reitera que são duas novas peças, que se vão juntar a outras duas ainda em posse das autoridades moçambicanas.
Os fragmentos vão conservar-se em Maputo até haver resposta do Governo moçambicano a um pedido de um protocolo submetido há cerca de um mês pelo Ministério dos Transportes da Malásia, no sentido de serem organizadas buscas por mais vestígios na costa de Moçambique, avançou João Abreu.
Uma vez que, ao que tudo indica, o desaparecimento do voo MH370 não ocorreu em Moçambique, cabe às autoridades de Maputo autorizar buscas no seu território.
O presidente do IACM disse ainda que os fragmentos em sua posse são superfícies aerodinâmicas de cerca de um metro quadrado cada e sublinhou que não está ainda demonstrado que pertençam ao Boeing 777 da Malaysia Airlines.
Apenas parte de uma asa do Boeing 777, recuperada numa praia na Ilha da Reunião, país vizinho de Moçambique, foi definitivamente ligada ao MH370.
Em abril, o Gabinete para a Segurança no Transporte da Austrália (ATBS, na sigla em inglês), que lidera as buscas pelo aparelho, disse que dois dos destroços encontrados ao largo de Moçambique pertencem “quase com toda a certeza” ao voo MH370.
O Governo da Malásia emitiu um parecer idêntico em relação a outros objetos encontrados na África do Sul e nas Ilhas Maurícias.
O MH370 desapareceu 40 minutos depois de descolar de Kuala Lumpur, rumo a Pequim.
Segundo as investigações, foram desligados os sistemas de comunicação e o avião foi desviado da rota para a zona sudeste do oceano Índico, onde terá caído.