O primeiro-ministro português, António Costa, prossegue a deslocação ao Brasil, participando esta quarta-feira, dia 7 de setembro, numa receção promovida pelo recém-empossado presidente brasileiro, Michel Temer, antes da cerimónia de abertura dos Jogos Paralímpicos, no Rio de Janeiro.

Depois de ter estado dia e meio em São Paulo, com um programa eminentemente económico, o chefe do Governo português viaja hoje para o Rio de Janeiro.

O primeiro-ministro faz a habitual visita das autoridades políticas portuguesas ao Real Gabinete Português de Leitura – um programa que acontecerá antes da cerimónia de abertura dos Jogos Paralímpicos no Maracanã.

Antes dessa cerimónia, António Costa participará na receção que o novo Presidente brasileiro oferece aos chefes de Estado e de Governo presentes no Rio de Janeiro para a cerimónia desportiva.

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Na terça-feira, o Bloco de Esquerda (BE) considerou que o encontro previsto entre o primeiro-ministro português e o Presidente do Brasil é “inoportuno” porque Michel Temer chegou ao poder “sem legitimidade e a braços com a justiça”.

Em declarações à Lusa antes da chegada a São Paulo, cidade onde iniciou a sua visita de quatro dias ao Brasil, Costa já rejeitou que as relações luso-brasileiras possam ser condicionadas pelos processos políticos internos de cada um dos países e frisou que tanto o Brasil como Portugal já acolheram exilados em períodos de ditadura.

O primeiro-ministro considerou natural que cada um, cidadão português ou brasileiro, faça uma avaliação política da situação interna em cada um dos dois países.

No plano diplomático, de acordo com António Costa, “o que seria absolutamente extraordinário era vir ao Brasil e não ter um encontro com o Presidente do Brasil”, Michel Temer.

O Presidente brasileiro foi empossado no cargo há uma semana depois do Senado (câmara alta parlamentar) ter aprovado a destituição de Dilma Rousseff.

Rousseff foi condenada por ter assinado três decretos de créditos suplementares em 2015 sem autorização do Congresso e por ter usado dinheiro de bancos públicos em programas do Tesouro, realizando manobras contabilísticas, as popularmente chamadas “pedaladas fiscais”.

Dilma Rousseff tornou-se a primeira Presidente deposta no Brasil depois do fim do regime militar na década de 1980.