Mais de 1,3 milhões de muçulmanos de todo o mundo participaram neste sábado no primeiro dia da grande peregrinação a Meca, marcada no ano passado por uma vaga de pânico que deixou muitas mortes. Neste primeiro dia, os fiéis muçulmanos congregaram-se na zona de Mina, a sete quilómetros de Meca, onde estão mais de 180 mil tendas com capacidade para alojar um milhão e meio de peregrinos. Vestidos de branco, os participantes na peregrinação dedicam este primeiro dia a rezar, ler e recitar o Corão.
Este ano, a peregrinação decorre no meio de novas medidas de segurança, após a debandada que a 24 de setembro de 2015 provocou a morte de pelo menos 2.297 participantes, de acordo com os balanços feitos por governos estrangeiros.
A Arábia Saudita, que acolhe os peregrinos, avançou com o número de 769 mortos e os resultados de um inquérito lançado pelas autoridades ainda não foram comunicados, quase um ano depois. Para evitar que a tragédia se repita, Riade assegurou que foram adotadas novas medidas, nomeadamente a criação de uma pulseira eletrónica com os dados pessoais de cada participante. Dezenas de milhares de iranianos ficaram este ano impedidos de participar na romagem, o que acontece pela primeira vez em perto de três décadas.
Dos cerca de 60 mil que estiveram em Meca no ano passado, pelo menos 460 morreram na fuga desordenada, o que suscitou a cólera de Teerão, que mantém relações tensas com Riade. Apesar de ter havido negociações, as duas potências regionais não chegaram a acordo quanto ao envio de iranianos a Meca e na última semana a troca de acusações atingiu um nível inédito.