Outra comédia
No ano passado, pela primeira vez desde 2010, uma série cómica que não “Uma Família Muito Moderna” ganhou o Emmy de Melhor Comédia. A culpada foi a ótima “Veep”, a mais nomeada deste ano. E já não era sem tempo: nada contra “Uma Família Muito Moderna”, mas é complicado argumentar que é do melhor e mais relevante que se faz em termos de comédia televisão – mesmo perante o argumento “os prémios não valem nada” e toda essa lengalenga. Este ano estão ambas nomeadas, ao lado de “Black-ish”, “Master of None”, “Transparent”, “Unbreakable Kimmy Schmidt” e “Sillicon Valley”, todas escolhas bem mais acertadas para levarem a estatueta para casa, com muitos motivos de interesse e aspetos brilhantes. Se pudéssemos escolher? “Master of None”, de Aziz Ansari, que também está nomeado para Melhor Ator Cómico.
https://www.youtube.com/watch?v=6bFvb3WKISk
Piada
No início do mês, Andy Samberg, o anfitrião do ano passado, foi ao “Jimmy Kimmel Live!”, o talk show do apresentador deste ano, e falou sobre como foi apresentar a cerimónia e ter conhecido Mel Brooks. Kimmel já serviu de anfitrião em 2012 mas disse estar algo nervoso com o que fará este ano. Mas é alguém com bastante piada e muito mais experiência nestas situações do que Samberg. Entre outros nomes que irão entregar estatuetas e que podem brilhar neste campeonato incluem-se Tina Fey, Amy Poehler, Hank Azaria, Larry David ou Damon Wayans.
https://www.youtube.com/watch?v=gXK_c8WMPfI
Ingleses
Os nomeados deste ano incluem muitas importações britânicas, com séries como “The Night Manager”, “Luther”, “Sherlock”, a nova versão de “Guerra e Paz”, a finada “Downton Abbey” ou a hilariante “Catastrophe”. Ouvir sotaque britânico a receber prémios será possível se alguns dos nomeados como Idris Elba, Tom Hiddleston, Benedict Cumberbatch, Hugh Laurie ou Olivia Coleman conseguirem vencer. Já agora, se Elba vencer será uma ótima despedida (ou não) para o seu John Luther, o torturado detetive londrino a quem o magnífico ator deu vida ao longo de cinco anos.
Melhores Atores Principais
Em “Orphan Black”, Tatiana Maslany não faz só vários papéis ao mesmo tempo — uma série de clones — mas fá-los muito bem. Cada uma das personagens tem personalidades completamente distintas, em que quase nem é preciso ela estar caracterizada de forma diferente para se perceber de que pessoa se trata. A atriz canadiana já foi nomeada antes e foi sempre para casa de mãos a abanar. Já Tracee Ellis Ross, a filha de Diana Ross é, com Anthony Anderson, metade do casal protagonista da hilariante “Black-ish”, a série sobre a família de um publicitário (que cresceu pobre mas deu a volta) e uma cirurgiã que tentam educar os filhos. É também, desde Phylicia Rashad (pelo hoje desgraçado “Cosby Show” em 1986), a primeira mulher afro-americana a ser nomeada para um Emmy de Melhor Atriz Principal numa comédia. Rami Malek é o protagonista de “Mr. Robot”, a série que está agora na segunda temporada, mas é a primeira que está nomeada. É um anti-herói bastante diferente dos que têm feito sucesso nos prémios mas isso também pode querer dizer que estamos numa fase diferente. Bob Odenkirk, do spin-off de “Breaking Bad”, “Better Call Saul”, e lenda da comédia, é outro bom candidato.
A Guerra dos Tronos
“American Crime Story” e “A Guerra dos Tronos” são as séries mais nomeadas desta 68ª edição dos Emmy. E “A Guerra dos Tronos”, nesta sexta temporada, viu o culminar de anos e anos de preparação, com pessoas a morrer a torto e a direito — como sempre, sim — mas também mistérios que nem sabíamos serem assim tão importantes e gente realmente má a ser castigada. A série já ganhou 35 Emmy e ainda terá mais duas temporadas para vencer, mas este ano viu episódios como o épico “Battle of the Bastards” – que valeu uma nomeação a Kit Harington (Jon Snow) como Melhor Ator Secundário num Drama e ao britânico Miguel Sapochnik, pela realização – e é (como sempre) bastante forte.
https://www.youtube.com/watch?v=B2vjBVTTzDU