O esquerdista Jeremy Corbyn foi este sábado reeleito líder do Partido Trabalhista britânico, após um processo eleitoral em que concorreu com o deputado Owen Smith, confirmou a formação política em Liverpool, no norte de Inglaterra.

Corbyn, de 67 anos, impôs-se ao seu concorrente para dirigir o principal partido da oposição ao governo conservador britânico, conquistando 61,8% dos votos frente aos 38,2% de Smith.

O político revalidou assim o seu mandato à frente do partido com 313.209 votos – mais 60 mil do que os que obteve quando foi eleito pela primeira vez, em 2015, – contra os 193.229 votos recolhidos por Smith.

No seu discurso de vitória nas eleições internas, Corbyn apelou aos trabalhistas para que trabalhem juntos “para conseguir uma verdadeira mudança” no Reino Unido.

O líder reeleito agradeceu ao seu rival “as boas discussões mantidas” durante um “verão interessante” e sublinhou que ambos são parte “da mesma família trabalhista”, algo que “sempre será assim”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Eu farei o que estiver nas minhas mãos para recompensar pela confiança e o apoio e para unificar o partido”, disse Corbyn, garantindo estar disposto a centrar as suas energias para alcançar “uma alternativa genuína” contra os planos do partido no governo, “que ameaçam fazer retroceder o país”.

Os sindicatos – principal fonte de financiamento do partido – foram os primeiros a acolher com entusiasmo a revalidação da liderança de Corbyn, embora diferentes líderes sindicais alertem que o partido tem um grande desafio pela frente.

A reeleição de Corbyn, eleito pela primeira vez em 12 de setembro de 2015 com o voto das bases do partido, ocorre ao fim de umas eleições internas intensas, que revelaram uma batalha ideológica entre as bases e os deputados.

O novo líder terá de formar nos próximos dias a sua equipa de oposição ao governo, tarefa que se complica no caso de Corbyn, perante a falta de aliados na Câmara dos Comuns.

Segundo os analistas, a prioridade de Corbyn deve ser unificar o trabalhismo, assim como preparar o partido para a possibilidade de a primeira-ministra conservadora, Theresa May, convocar eleições antecipadas.

Terá ainda de definir o plano da oposição perante a futura negociação do Brexit entre o governo e Bruxelas, processo que começará em 2017.