O ex-ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho, foi condenado esta terça-feira pelo crime de ameaça agravada. O caso remonta a 2014, quando o ex-governante terá ameaçado de morte uma amiga da ex-mulher, Bárbara Guimarães. Carrilho volta ao tribunal esta quinta-feira para o início de mais um julgamento. Está envolvido em, pelo menos, seis processos.

Ao que o Observador apurou, o processo foi julgado pelo juiz 9 da Secção Criminal, no Campus de Justiça, em Lisboa. Carrilho foi condenado a pagar ao tribunal uma multa de 12 euros por 150 dias, ou seja, 1800 euros. Além da amiga de Bárbara, Paula Goulão, também o marido desta, Marco Goulão, é assistente no processo. Ao casal de empresários, Carrilho foi obrigado a pagar uma indemnização de 1800 euros.

Fonte judicial disse ao Observador que o processo começou por ser desencadeado por “agressões físicas, injúrias e ameaça grave”. Manuel Maria Carrilho terá entretanto pedido desculpa relativamente aos dois primeiros crimes e o casal acordou não avançar para tribunal. Quanto ao crime de ameaças graves, Carrilho não se terá retratado, respondendo por isso em tribunal.

Ao Observador, o ex-ministro diz que vai recorrer da decisão para o Tribunal da relação de Lisboa. “Esse processo foi uma armadilha”, diz. Segundo ele, o caso aconteceu por altura do Carnaval no centro Comercial Amoreira. “Estava a ver a montra da Apple quando comecei a ser insultado por uma senhora, amiga da minha ex-mulher”, conta. Carrilho diz que o caso demorou cerca de 30 segundos e recusa que tenha havido agressões, apenas uma azeda troca de palavras.

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“Pensava que tinha havido acordo e que o processo não avançava e acabou por avançar, mesmo sem testemunhas a confirmarem as ameaças de morte”, afirma o ex-governante.

Recorde-se que Manuel Maria Carrilho está a ser julgado no mesmo tribunal, mas pelo juiz 2 por violência doméstica, num processo movido pela sua ex-mulher Bárbara Guimarães. A este processo foi conectado um outro, por ofensas, em que as vítimas são a irmã e o cunhado de Bárbara.

Carrilho volta a tribunal para outro julgamento esta quinta-feira

Além deste caso, o ex-governante começa esta quinta-feira a ser julgado pelo crime de difamação. O processo, interposto pelos pais de Bárbara Guimarães, Isabel dos Santos e João Guimarães Almeida, resultou de declarações do ex-ministro a jornais e a revistas em que dizia que a ex-mulher — de quem se divorciou em 2013 — tinha sido vítima de várias tentativas de violação do padrasto. Carrilho dizia que a mãe de Bárbara não a defendeu.

Pelas mesmas declarações, Carrilho foi já condenado, num outro processo, ao pagamento de uma indemnização de 25 mil euros por danos morais e a uma multa de 320 dias à taxa diária de 20 euros (num total de 6400 euros) ao padrasto de Bárbara Guimarães.

Na semana passada Carrilho começou a ser julgado no âmbito de um outro processo por violência doméstica movido por Bárbara. Em causa um episódio em que os filhos lhe terão telefonado dando conta que estariam sozinhos em causa. Quando Carrilho chegou lá a casa, pelas 5h00, telefonou para o 112. E nessa altura Bárbara e um amigo terão aparecido. A apresentadora diz que ambos estavam na parte de cima do apartamento. Carrilho garante que eles vieram do exterior. O caso acabou em confrontos físicos.

Além de dois processos já julgados, dois a serem julgados e um quinto a começar, Manuel Maria Carrilho também tem pendente um processo de regulação do poder paternal a correr termos no Tribunal de Família e Menores na sequência do processo de divórcio. A decisão provisória atribui a guarda de Dinis, 13 anos, a Carrilho, enquanto Carlota, de cinco, está com a mãe. Mas Carrilho diz que quer que Carlota também passe a viver com ele. “É uma questão de tempo”, diz ao Observador.

O Observador tentou contactar a apresentadora Bárbara Guimarães, sem sucesso.