O tema é um pouco tétrico. Mas não há como escapar dele: a morte é certa. E, já que assim é, que tal começar a pensar numa forma diferente de sermos conduzidos até ao nosso último destino – a cova?

Uma empresa holandesa especializada na transformação de automóveis de luxo em limousines, a RemetzCars, fez o que ainda ninguém se tinha lembrado, para conquistar um novo tipo de clientes, funerárias, acenando-lhes com a possibilidade de poderem diferenciar-se no serviço proposto ao cliente – leia-se o morto e seus familiares. Como? Oferecendo um final verdadeiramente… electrizante.

A RemetzCars agarrou num Tesla Model S e, não, não arranjou maneira de permitir que o falecido programasse o Auto Pilot para ser levado até ao cemitério. Isso seria insane (de loucos) e os Tesla são famosos pelo Modo Ludicrous. O que fez, sim, foi operar no modelo as devidas transformações para lhe permitir acomodar sem problemas o caixão.

As baterias foram retiradas e o corpo – a carroçaria – foi cortado ao meio para, depois, beneficiar de um acrescento de 80 cm na distância entre eixos. O pack de baterias regressou posteriormente à posição original, e os bancos traseiros e a bagageira cederam lugar a uma plataforma de madeira, onde foi instalada a estrutura retráctil que facilita a operação de colocar e retirar o caixão. Já o tejadilho foi (apropriadamente) substituído por um tecto panorâmico, para iluminar o interior num momento que é sempre soturno, conferindo assim um novo significado à expressão “a luz depois das trevas”.

O Tesla funerário continua a anunciar uma autonomia de 350 km. A empresa holandesa não especifica, no entanto, se a base do Model S em que trabalhou é a D (de dual drive, com motor eléctrico à frente e atrás) ou até mesmo a P (de performance, a mais desportiva). Mas é muito provável que os amantes das emoções ao volante em vida também não ficassem muito desgostosos perante a possibilidade de bater uns recordes de velocidade já com o óbito declarado.

Certo é que, com ou sem o Modo Ludicrous, o Model S da RemetzCars é, para já, o modelo que melhor se enquadra no espírito da cerimónia, garantindo um funeral em completo silêncio. Respeitando o morto e o ambiente.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR