A Samsung anunciou, esta terça-feira, o fim da produção do Galaxy Note 7 e pediu aos seus parceiros em todo o mundo para pararem de vender o telefone, na sequência de casos persistentes de explosão e combustão do modelo.

“Reajustámos recentemente o volume de produção para reforçar a investigação e o controlo de qualidade, mas colocamos a segurança dos consumidores como prioridade máxima e tomámos a decisão final de parar a produção do Galaxy Note 7”, anunciou a empresa em comunicado.

Antes deste anúncio, a fabricante mundial de ‘smartphones’ sofria já uma forte queda na Bolsa de Seul — onde as ações da companhia caíram 8% – a maior perda de valor em oito anos — perante os receios de que este episódio cause danos sérios à sua saúde financeira.

A Samsung já tinha pedido aos proprietários do Galaxy Note 7 para desligarem o smartphone enquanto a empresa investigava novos relatórios sobre os problemas detetados no dispositivo. O anúncio da recolha e o pedido para que os dispositivos fossem desligados levou as ações da sul-coreana a caírem de forma acentuada na bolsa de Seul, a maior quebra desde os dias da crise financeira de 2008.

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Segundo a BBC, a empresa sul-coreana apelou aos proprietários do Galaxy Note 7 que desligassem os aparelhos e que deixassem de os utilizar até à conclusão das investigações, na sequência de vários utilizadores terem revelado que também os aparelhos fornecidos para substituição dos originais tinham problemas.

Um dos relatos mais preocupantes foi o de um incidente no interior de um aeroporto nos Estados Unidos da América, quando um Galaxy Note 7 explodiu durante um embarque.

Recorde-se que, em setembro, a Samsung tinha assegurado aos seus clientes que todos os dispositivos substituídos estavam em perfeitas condições.

Para evitar mais constrangimentos, a empresa anunciou que a troca dos smartphones iria ser cancelada. Em comunicado, a Samsung justificou a suspensão para autorizar “mais investigações” às questões de segurança, envolvendo as entidades de regulação relevantes.

Vários técnicos afirmaram que estas falhas com o dispositivo podem prejudicar bastante a empresa, que contava com o Galaxy Note 7 para enfrentar os novos iPhones 7.

Jake Saunders, um investigador da ABI, disse que esta situação era “muito grave” e que “as consequências estavam a começar a desenvolver-se como uma bola de neve”.