O Governo do Panamá anunciou esta sexta-feira que o comité de peritos criado na sequência do escândalo “papéis do Panamá” para avaliar as práticas financeiras no país e sugerir medidas de combate à evasão fiscal terminou o seu trabalho.

“Estamos impacientes para conhecer as recomendações do comité”, disse na quinta-feira a vice-presidente do Panamá, Isabel de Saint Malo, que espera receber formalmente um relatório nos próximos dias.

Os “Papéis do Panamá”, mais de 11 milhões de documentos da sociedade de advogados Mossack Fonseca foram divulgados em abril pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação e revelam a utilização de paraísos fiscais que escondem os rendimentos de pessoas e empresas de todo mundo.

O Nobel da Economia Joseph Stiglitz fez parte do comité de peritos criado após o escândalo dos “Papéis do Panamá”, mas demitiu-se porque o Governo panamiano recusou comprometer-se a divulgar o resultado da investigação. O especialista em direito penal suíço Mark Pieth renunciou igualmente ao cargo.

O comité foi criado a 30 de abril pelo Governo de Juan Carlos Varela para avaliar as práticas dos serviços financeiros do Panamá, depois da revelação dos “Papéis do Panamá”.

Os estatutos do comité explicitam que o governo do Panamá tem autoridade exclusiva sobre o conteúdo dos trabalhos e que os membros do comité se comprometem a não divulgar os resultados.

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