A BQ lançou recentemente um novo smartphone, o Aquaris U Plus. Depois de alguns dias de utilização podemos concluir, num rápido resumo: apesar de ser um telemóvel de gama média, aguenta-se bem com tarefas difíceis. Ou seja, não se fica atrás dos “grandes”.

O modelo que testámos custa 249.90€. Trata-se da versão com 32GB de memória e 3GB de RAM, sendo que existe uma outra, menos musculada, com 16GB de memória e 2GB de RAM por 209,90€. Ambos têm um processador Octa Core Qualcomm® Snapdragon™ 430 e um ecrã HD de 5 polegadas que, apesar de não ser mau também não é dos melhores, especialmente em dias de sol, falta-lhe algum contraste.

Como é hábito na marca espanhola, o Aquaris U Plus possui duas entradas para cartões, sendo que uma delas é hibrida, obrigando o utilizador a escolher entre um segundo cartão ou um cartão de memória. Por outras palavras, a opção “dual SIM” é sacrificada pela expansão da memória de armazenamento.

Este é o primeiro smartphone da BQ com um corpo metálico, o que lhe dá um ar mais premium, tanto à vista como ao toque. Na traseira, abaixo da câmara da qual já vamos falar mais à frente, encontra-se o sensor de impressões digitais que, durante o tempo de uso, não falhou uma única vez no reconhecimento e mostrou-se mais rápido que alguns sensores de telemóveis topo de gama.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Apesar do corpo metálico ser esteticamente bonito, na mão torna-se muito escorregadio, especialmente se o estivermos a segurar com uma só mão.

4 fotos

O novo Aquaris U Plus traz instalado o Android 6.0 Marshmallow com ligeiras alterações, quando comparado com o stock Android (o sistema operativo “puro”, presente nos smartphones fabricados pela Google) e com algumas funcionalidades extra, como o duplo toque no ecrã para o acender, que se revela bastante útil.

Falemos das câmaras

Hoje em dias as câmaras presentes num smartphone são um fator muito importante no momento da compra. A BQ foi generosa neste modelo e colocou uma câmara de 16 megapíxeis na traseira, com 5 lentes e uma abertura focal de f/2.0, que proporciona bons resultados finais para a gama em que se enquadra. Este aparelho permite ainda guardar as fotografias em formato RAW (sem compressão) para um maior controlo da imagem quando estiver a editar a mesma.

A aplicação da câmara é simples e intuitiva, basta deslizar para alterar entre os diversos modos (fotografia, vídeo, panorama, etc.) e ainda tem algumas funcionalidades extra, como um modo manual, para poder controlar algumas definições extra e escolher os cenários que melhor se enquadram na fotografia.

5 fotos

A câmara frontal é de 5 megapíxeis e aqui a marca podia ter sido um pouco mais ambiciosa. Em condições de luminosidade natural, como um dia de sol, a câmara porta-se bem (dentro da tal “gama média” em que este smartphone se posiciona), mas em condições de luz artificial o resultado é uma fotografia com algum grão e de fraca qualidade.

Autonomia e performance

Este foi o ponto que nos surpreendeu neste novo Aquaris. Com uma bateria de 3080 mAH aguenta sem problemas mais de um dia de utilização constante, com o Wi-Fi e os dados móveis sempre ligados, chamadas, mensagens e ainda alguns bons minutos a jogar Pokémon Go. Nos dias mais calmos, a bateria chegou mesmo a aguentar dois dias sem que tivesse de correr até à tomada mais próxima.

E para aqueles que pensam que o facto de a bateria durar mais implica que o desempenho seja reduzido, estão enganados. A versão mais potente do Aquaris U Plus aguenta muito bem o jogo Pokémon Go (que em telemóveis de gama média costuma não ser muito fluido) embora não se possa comparar com o desempenho de um smartphone de topo. Mesmo assim, a troca entre aplicações é rápida e, durante o tempo de teste, não houve uma única vez que o telemóvel tenha bloqueado ou mostrado algum erro.

Mas então é tudo positivo?

Não. Além de nos parecer escorregadio devido à traseira metálica (sim, ele ia caindo algumas vezes), existe um outro fator que não nos agradou. Este modelo possui apenas uma coluna na parte de trás e não é das boas. Reproduz um som baixo e sem qualidade, facilmente abafado devido ao local onde a coluna se encontra. Quem tem por hábito usar o telemóvel em alta voz encontra aqui uma desvantagem.

Nos auriculares esse problema não foi detetado, mas como a BQ não disponibiliza nenhuns na embalagem, a qualidade do som vai depender dos auscultadores utilizados.

Nota final

O Aquaris U Plus foi uma surpresa agradável. Claro que tivemos em conta que este é o modelo mais composto e que os 3GB de RAM ajudam a que o nível de performance não seja mau (é possível que no modelo inferior já existam mais dificuldades com a troca de aplicações e até mesmo com os jogos), mas não deixa de estar enquadrado na gama média e de ter um desempenho acima do esperado. Pode-se mesmo afirmar que a marca não mente quando diz que é “para todos e para tudo” (slogan do dispositivo), desde que não queira ouvir música através da coluna ou caso seja um utilizador exigente de smartphones.