Nem martelo, nem escopro, nem vassourinha. Nem pó, nem agachamentos, nem peneiras. Sarah Parcak é uma “arqueóloga espacial” e já lhe chamam “Indiana Jones do espaço”. Vasculha a Terra à procura de tesouros e encontra artefactos que até então se tinham mostrado ocultos pelas escavações convencionais, diz o El Mundo. O mais extraordinário é a forma como a arqueóloga consegue encontrar essas preciosidades históricas: dando uma vista de olhos em imagens captadas por satélites, Sarah já encontrou templos, tesouros egípcios da época dos faraós, tumbas e até cidades inteiras com esta técnica.

Esta especialidade que podia parecer uma invenção de filmes é uma nova disciplina, denominada arqueologia espacial, explicou a diretora do departamento de Observação Global da Universidade de Alabama, como explica o El Mundo. O objetivo é encontrar diferentes técnicas arqueológicas que sejam capazes de localizar novas relíquias de uma forma que as técnicas tradicionais já não são capazes.

Sarah Parcak

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Sarah Parcak, de 37 anos, foi catapultada para a fama devido aos seus estudos sobre uma nova ferramenta para a arqueologia. O seu trabalho é fruto de mais de 15 anos debruçada sobre o tema e mais de 10.000 horas a contemplar e estudar imagens de satélite. Só através da observação exaustiva é que pôde compreender realmente o que observava.

 

Mas não é fácil ser a “Indiana Jones do espaço”. Para realizar o seu estudo, há que analisar e traçar quais as áreas a observar; verificar o que poderá estar por detrás das paisagens e tipografar o local. Ao longo da observação, é preciso descobrir e seguir pistas que, posteriormente, levam às conclusões capazes de localizar os locais exatos onde fazer as escavações.

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Com as novas tecnologias existentes, capazes de observar paisagens nunca vistas, Sarah já conseguiu descobrir templos romanos, ruínas com mais de 3.000 anos, edifícios de residências antigas, ruas e artefactos do antigo Egito.

A fim de democratizar o processo de descoberta de lugares potencialmente arqueológicos, será lançado — no início de 2017 — uma plataforma que permite aos utilizadores de internet, de qualquer parte do mundo, descobrirem e analisarem possíveis novos lugares arqueológicos, marcando-os num mapa. Em suma, espera-se ser possível que os próprios utilizadores se possam converter em arqueólogos. O nome da plataforma é Global Xplorer e espera ser, para além de uma base de dados, também um jogo. A plataforma foi criada através da ajuda da TED Prize.

Sarah foi a vencedora do prémio TED Prize, 2016, devido ao seu contributo sobre a forma como são localizados e protegidos locais antigos, património da humanidade.

De acordo com o El Mundo, Sarah Parcak afirma que esta nova tendência está ainda no início. A tecnologia dos satélites está cada vez melhor e, num futuro próximo, espera-se que se torne numa ferramenta poderosa e útil para identificar mais sítios arqueológicos e encontrar o melhor que a história da humanidade ainda tem escondido.