O jornal do Ku Klux Klan (KKK), The Crusader, declarou o apoio a Donald Trump ao colocar uma fotografia do magnata na primeira página da publicação, acompanhada do slogan do candidato republicano: “Make America Great Again” (“Tornar a América grande novamente”). A campanha de Trump apressou-se a rejeitar o apoio e a considerar aquela publicação “repulsiva”.

No jornal The Crusader — publicação principal do grupo racista que defende a supremacia branca nos Estados Unidos — Thomas Roob comenta: “Pode a América ser realmente grande outra vez? Isto é o que nós vamos descobrir em breve”. O mesmo membro do KKK questiona: “Enquanto Trump quer tornar a América grande novamente, temos de nos perguntar, ‘O que fez a América grande em primeiro lugar?'”. E continua: “A resposta para isso é simples e curta: a América era grande não por causa do que nossos antepassados fizeram – mas por causa de quem eram nossos antepassados.” O artigo defendia, assim, que a América só tinha sido grande porque tinha sido fundada por brancos cristãos.

O artigo está a ser entendido como um apoio do KKK a Donald Trump:

A campanha de Donald Trump rejeitou, no entanto, o apoio do grupo em comunicado: “O senhor Trump e a campanha condenam qualquer forma de ódio. Essa publicação é repulsiva, e as suas visões não representam as dezenas de milhões de norte-americanos unidos em torno da nossa campanha”.

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Já em fevereiro a forma como membros ligados ao KKK declararam apoio a Trump (e a reação deste a esse apoio) tinham sido polémicas. Na altura, David Duke, antigo grão-mestre do Ku Klux Klan, revelou que a sua inclinação eleitoral pendia para Donald Trump, apelando a todos os seus seguidores a votarem no empresário norte-americano.

No seu programa de radio, Duke afirmou que “votar contra Donald Trump, neste ponto, é realmente uma traição contra a vossa herança”. Depois explicou o fundamento para este apoio: “Não estou a dizer que subscrevo tudo sobre Trump, na verdade eu não o apoiei formalmente. Mas eu apoio a sua candidatura, e apoio o voto nele como uma ação estratégica. Espero que ele faça tudo o que nós queremos que ele faça”.

Pouco depois, confrontado com o apoio, Trump, afirmou em entrevista à CNN que nem sabe quem é David Duke:

Só para que se perceba, eu não sei nada sobre David Duke, ok?”

Mas o jornalista da CNN não ficou satisfeito com a resposta e perguntou três vezes se o candidato à nomeação republicana se distanciava do Ku Klux Klan, no entanto as respostas foram semelhantes: “Eu não sei nada sobre o que está a falar, sobre a supremacia branca ou supremacistas brancos”.

Por não ser taxativo a condenar o Ku Klux Klan, Trump foi duramente criticado até clarificar definitivamente a sua posição. Horas depois da entrevista à CNN, Trump colocou no Twitter um vídeo de uma conferência de imprensa, em que afirmou: “Eu não sabia do apoio de David Duke. Eu repudio ok?”