A Comissão Europeia estima um crescimento da economia portuguesa de 1,2% em 2017 e de 1,4% em 2018. Mas mesmo essas taxas de crescimento estão sujeitas a “riscos negativos”, porque o investimento está frágil. A confirmar-se, o crescimento fica aquém dos 1,5% previstos no Orçamento do Estado.
Não será em 2017 (nem em 2018) que a economia regressa ao crescimento de 1,5% de 2015. Segundo as mais recentes previsões económicas da Comissão Europeia, a economia vai crescer 1,2% no ano que se avizinha — na primavera previa-se um crescimento de ,17%. E o défice será de 2,4% em 2017, muito mais do que os 1,8% previstos no Orçamento do Estado para 2017.
“O investimento público fraco teve um papel importante na depressão do investimento privado, com uma absorção baixa dos fundos europeus”, assinala a Comissão Europeia no retrato que faz da economia portuguesa. “Partindo do nível baixo de 2016, o investimento deve ganhar algum ímpeto em 2017, graças a uma aceleração gradual nos investimentos co-financiados pela União Europeia”, afirma a Comissão.
A recuperação do investimento é decisiva para que a economia não cresça ainda menos do que prevê Bruxelas. O investimento tem, “até ao momento, mostrado fragilidade e vulnerabilidade à materialização de qualquer choque negativo”.
Os riscos para a economia “estão, portanto, a pender para o lado negativo”. Tal como estão os riscos associados com o défice público, também por consequência das “incertezas em torno do panorama macroeconómico, o potencial impacto no défice de medidas de apoio à banca e possíveis derrapagens na despesa”. Para já, Bruxelas prevê um défice de 2,4%, acima dos 1,8% previstos pelo governo na proposta de Orçamento do Estado.
Quanto à dívida, esta deverá voltar a ultrapassar os 130% em 2016% (130,3%), sobretudo devido a uma atualização em baixa das receitas previstas com a venda de ativos financeiros, incluindo o Novo Banco, e o maior nível de emissão de dívida pública para a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos”. O rácio deverá, depois, cair para 129,5% em 2017 e para 127,8% em 2018, acredita a Comissão.