Manuel Palos, ex-diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e um dos arguidos do caso dos vistos gold, terá facilitado e acelerado processos de amigos do antigo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, avança o Diário de Notícias, citando um relatório da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI).
Segundo a IGAI, Manuel Palos só terá facilitado a concessão de vistos gold para agradar a Macedo e para travar a extinção do SEF, não tendo recebido “qualquer quantia monetária” pelos favores alegadamente prestados. O relatório consultado pelo DN refere ainda que o ex-diretor não terá também ficado com as garrafas de vinho Pera Manca que lhe terão sido oferecidas.
No documento, o organismo chega mesmo a salientar a dedicação exemplar de Palos ao SEF: “O arguido era pessoa extremamente preocupada com o Serviço que dirigia e com as suas funções, tendo desempenhado de forma brilhante o cargo de Diretor Nacional”, cita o DN. “A mera possibilidade da extinção do SEF era para o arguido, neste quadro afetivo-funcional, uma preocupação” porque “podia ser extinto o serviço em que pusera todo o seu empenho pessoal e profissional e em prol do qual prejudicara a sua vida pessoal e familiar”. Além disso, havia “a necessidade do arguido manter esse cargo”.
Apesar das razões que levaram Palos a facilitar e a acelerar os processos, a IGAI concluiu que o antigo diretor violou vários deveres profissionais e propôs a sua suspensão por 150 dias. A decisão que foi contestada pela defesa de Manuel Palos que, de acordo com o DN, garante que os amigos de Miguel Macedo nunca receberam um tratamento diferente.