O Hospital de Braga (parceria público-privada), o Hospital de Vila Franca de Xira (também PPP) e o Hospital Pedro Hispano (pertencente à ULS de Matosinhos) são as unidades de saúde que mais “selos” de excelência arrebataram, de acordo com os dados divulgados, esta terça-feira, pela Entidade Reguladora de Saúde (ERS), referentes ao SINAS, um sistema que avalia a qualidade dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde em cinco dimensões: excelência clínica, segurança do doente, adequação e conforto das instalações, focalização no utente e satisfação do utente.

No caso do Hospital de Braga, o III nível de excelência clínica (o mais elevado) foi alcançado em oito das 14 especialidades que submeteu a avaliação: cirurgia de ambulatório; unidades de cuidados intensivos; partos e cuidados pré-natais; enfarte agudo do miocárdio; cirurgia do cólon; artroplastias totais da anca e do joelho; tratamento cirúrgico da fratura proximal do fémur e tromboembolismo venoso no internamento.

Já o Hospital de Vila Franca de Xira alcançou pontuação máxima em sete das 11 especialidades a que se candidatou: cirurgia de ambulatório; unidades de cuidados intensivos; histerectomias; acidente vascular cerebral; partos e cuidados pré-natais; artroplastias totais da anca e do joelho e tratamento cirúrgico da fratura proximal do fémur.

Em comunicado, o presidente da José de Mello Saúde, Salvador de Mello, “congratula-se com a avaliação da Entidade Reguladora da Saúde em relação à qualidade e excelência clínica das duas parcerias público-privadas”, acrescentando que “esta classificação vai no mesmo sentido de conclusões de outros estudos já tornados públicos, assim como a recente avaliação do Tribunal de Contas, que considerou o Hospital de Braga como o mais eficiente de todo o Serviço Nacional de Saúde”.

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Este objetivo, de atingir a qualidade e a excelência clínica na prestação de cuidados de saúde, só é possível graças ao trabalho exemplar de todos os profissionais dos dois hospitais.”

Em terceiro lugar, o Hospital Pedro Hispano, integrado na Unidade Local de Saúde de Matosinhos, conquistou a nota máxima da excelência em seis das 13 áreas clínicas a que se autopropôs a avaliação: cirurgia de ambulatório; cuidados intensivos; histerectomias; acidente vascular cerebral; partos e cuidados pré-natais e artroplastias totais da anca e do joelho.

Não se pode porém dizer, só com base nestes resultados, que o Hospital de Braga é o melhor hospital do País, na medida em que os dados não são exatamente comparáveis. Primeiro porque a participação neste sistema de avaliação e, segundo, estão em análise unidades de saúde com níveis de diferenciação muito distintos. Por conta destes dois motivos, os hospitais não são avaliados todos às mesmas áreas clínicas.

A informação que serve para aferir da qualidade e excelência clínica das unidades nas respetivas áreas a que se candidatam é fornecida à ERS pelos próprios prestadores, sendo que o Regulador realiza auditorias periódicas e aleatórias para verificar a veracidade da informação. Só em 2016, foram realizadas 63 auditorias no âmbito do SINAS, tendo sido visados um pouco mais de um terço do total de 160 prestadores.

Dois terços cumprem todos os parâmetros de qualidade

Dos 16o prestadores avaliados no âmbito do SINAS, 111 (69%) alcançaram uma estrela na dimensão da excelência clínica, ou seja, mostraram cumprir todos os parâmetros de qualidade exigidos.

A ERS realça ainda o “aumento do número de prestadores que obtiveram um rating nível de qualidade III nas áreas de Cirurgia de Ambulatório (de 30% para 40%), Ortopedia – Artroplastias da Anca e Joelho (de 17% para 21%) e Ortopedia – Tratamento Cirúrgico da Fratura Proximal do Fémur (de 13% para 16%) relativamente à primeira avaliação de 2016”.

Além disso, o Regulador afirma que ao longo dos anos se tem assistido a “um aumento gradual do desempenho médio em alguns dos indicadores de processo avaliados, alguns dos quais já com patamares elevados de cumprimento de boas práticas (entre os 90% e os 100%) em diferentes áreas como a Ortopedia, a Ginecologia, a Cirurgia do Cólon, a Cirurgia de Revascularização do Miocárdio e a Cirurgia Cardíaca, a Cirurgia de Ambulatório, o Enfarte Agudo do Miocárdio, o Acidente Vascular Cerebral, a Obstetrícia e Unidade de Cuidados Intensivos”

Relativamente à dimensão da qualidade Segurança do Doente – Procedimentos de Segurança, destaca-se que, dos 160 prestadores envolvidos no sistema de avaliação, 105 (66%) conseguiram atingir o patamar para passar ao segundo nível de avaliação. Desses, 71 prestadores (68%) obtiveram nível de qualidade III, 28 (27%) alcançaram nível de qualidade II e 6 (6%) só conseguiram atingir o nível de qualidade I.

Ao todo, foram avaliados 160 prestadores de cuidados de saúde de natureza hospitalar, 87 deles pertencem ao setor público, 47 ao privado e 26 ao setor social.